segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Recuperação de Ativos é a Solução da Crise? E Qual a Melhor Forma de Cobrança?





Contratos de vendas de produtos e serviços, assinados por 2 testemunhas, são a melhor garantia de recebimento, correto? E em caso de inadimplência, o melhor procedimento de cobrança é o processo de Execução do contrato na Justiça, certo? Depende.

Se sua empresa não recebeu por fatura justa e perfeita, o documento chegou no departamento jurídico com um post-it "não pago" ou em anexo à um e-mail com o assunto "ao jurídico, para a cobrança". Hora de trabalhar e mostrar para os sócios ou acionistas ao que veio ao mundo ou, como diria Olavo de Carvalho, para demonstrar sua vocação, seu chamado. Quem trabalha com recuperação de ativos na Justiça não o faz nem por dinheiro nem por prazer, mas, por vocação. É aquilo que sabe fazer muito bem e pronto.

Se o cliente recebeu pelo produto ou serviço e não pagou, de duas uma: Ou não tinha intenção de pagar (estelionato) ou a empresa tomadora do produto ou serviço foi constituída para fins de fraude ou, na melhor das hipóteses, a empresa cliente ficou sem "caixa" para pagar fornecedores. No Brasil, essas hipóteses são praticamente irmãs siamesas.

Se sua corporação fez negócio com clientela tóxica, muito provavelmente o Compliance da organização falhou em não checar os antecedentes da empresa e dos sócios ou verificar o nível de insolvabilidade. Muitas vezes faltou simples questionamento acerca do "CNPJ de filial", "e-mail de domínio de Internet gratuito" ou simples consulta na página do Tribunal de Justiça que, apesar de não ser indícios de fraude, são circunstâncias que recomendam cautela do Compliance e tarefas de Inteligência Empresarial & Investigações Corporativas ao menos em contratos acima de R$ 1 milhão. Mas o que passou, passou. Não adianta "chorar pelo leite derramado" nem tampouco procurar os culpados pela indicação do cliente e análise do contrato. Essa é a oportunidade de o profissional de recuperação de ativos justificar seu salário e, quem sabe, listar mais uma tarefa ou ativo recuperado para ajudá-lo com futuro pedido de aumento de salário ou promoção.

Primeiramente, o profissional de recuperação de ativos da corporação deve realizar as tarefas que o Compliance deixou de realizar antes da contratação: Serviços de Inteligência Empresarial, Busca de Ativos & Investigações de fraudes corporativas. Precisa identificar plenamente o grupo econômico da empresa inadimplente, seus sócios e controladores, realizar a localização pessoal e patrimonial deles para saber suas táticas de blindagem patrimonial e qual é a "empresa patrimonial" do grupo, afinal, se tem um contrato/fatura lindos e maravilhosos na forma, mas, firmados com empresa "cortina-de-fumaça" e sem patrimônio como "banana só com a casca" (royalties para o Silvio Santos), as chances de ter fechado negócio com "empresa operacional" é muito grande (em grupos econômicos fraudadores, a empresa operacional é aquela que não tem ativos em sua razão social/CNPJ e que é utilizada pelos controladores nas operações com fornecedores, empregados e sócios desavisados).

Se optar realizar essas ações preparatórias das ações judiciais ou administrativas de cobrança com ajuda de colega com mais experiência ou melhor capacidade técnica, o profissional de recuperação de ativos pode consultar empresa de Levantamento de informações ou Consultoria de risco ou Inteligência & Investigações de fraudes corporativas. Com pequeno investimento se comparado a importância do assunto, o Advogado economizar tempo e dinheiro da corporação em processos judiciais "que não andam". Existem no mercado várias organizações com compreensão acerca desse tipo de fraude corporativa disfarçada de simples inadimplência, desde agências de detetives até escritórios de advocacia especializados, passando por serviços de informação de protesto de títulos e para proteção de comerciantes a agências de Inteligência empresarial. O fato é que uma cobrança eficaz, via e-mail, telefone ou ação judicial, não pode prescindir de Serviços de Informação de negócios para ao menos 1) Localizar o fraudador em sua casa, trabalho, casa-de-praia, casa-de-campo e fazenda (sim, eles têm tudo isso senão não valeria a pena fraudar) e 2) Encontrar bens da empresa inadimplente, enfim, para a localização pessoal e patrimonial do devedor, informações estratégicas para a melhor tomada de decisão acerca da melhor estratégia e táticas de cobrança. Dentre as informações estratégicas podem surgir vulnerabilidades (ponto-fraco) que poderão conduzir os sócios da empresa inadimplente à mesa-de-negociação, afinal, se contatar a pessoa errada o devedor vai achar que seu credor o esqueceu dele e, se não contatá-lo em local sensível ou estratégico - como em sua mesa-de-trabalho ou imóvel de sua propriedade -, não saberá que você terá meios eficazes de cobrança e recuperação de ativos. Procure o elo mais fraco da corrente ou o centro de gravidade de forças e recursos do devedor, que pode ser uma empresa, lugar, ativo, pessoa, marca ou ideia, e concentre todos os seus esforços de recuperação de ativos nesse ponto.

Mas, e se a cobrança administrativa não surtir efeito? Mesmo após consultar investigadores, ligar para o controlador da empresa devedora, mandar e-mail para sua caixa de mensagem corporativa (a verdadeira) e enviar cartas até mesmo para o endereço de sua casa-de-praia em Angra dos Reis - RJ e da casa-de-campo em Campos do Jordão - SP, porém, ele não quitou a fatura. "Pagou pra ver". Então o profissional de recuperação de ativos abandona seu espírito de Detetive e investigador e encarna sua principal vocação: Advogado especialista em recuperação de ativos mediante processos judiciais.

É óbvio que a melhor coisa a ser feita, em aproximadamente 80% dos casos, é a boa e velha Execução judicial do contrato. Mas, essa modalidade de ação judicial de cobrança será eficaz somente se o credor indicar bens do devedor, mais uma razão para a realização prévia de serviços de Inteligência, Busca de Ativos & Investigações corporativas. Se listar bens da empresa devedora, de seus sócios e controladores, o Exequente terá muito mais chance de sucesso do que contar apenas com os sistemas de buscas de ativos BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud do Poder Judiciário (dos quais fraudadores e contumazes inadimplentes já estão mais que ressabiados). Cidadãos e empresas no Brasil têm a opção de colocar seus filhos em escolas particulares e seus empregados em tratamento em hospitais privados, mas, a Justiça é pública, não tem outra. Salvo nos casos de juiz arbitral, dependemos do serviço público brasileiro com todas as suas limitações.

Porém, em 20% dos casos ou mais de contratos assinados e faturas com "aceite" não quitados, a melhor coisa a ser feita é "dar um passo para trás para dar dois à frente" e escolher outro rito, outro procedimento menos célere de cobrança judicial, seja a Ação Monitória seja a Ação de Cobrança, porém estrategicamente mais eficaz conforme as circunstâncias pessoas do devedor. E não estou falando de motivos técnico-jurídicos para a adoção de uma ou outra forma de recuperação de ativos na esfera judicial, até porque os Advogados sabem a diferença entre os ritos da Lei Processual e quais circunstâncias ou documentos para a adoção de um ou de outro procedimento, no caso os contratos, e-mails com propostas comerciais ou acordos verbais: Serviços de Inteligência Empresarial, Busca de Ativos & Investigações de fraudes corporativas servem justamente para análise da conveniência e oportunidade de o credor "esquecer" aquele lindo e maravilhoso contrato assinado por testemunhas, mas, firmado com empresa de razão social/CNPJ vazia ou esvaziada patrimonialmente, e acessar provas úteis para fazer muito mais com aqueles e-mails comerciais ou minutas de contratos não assinados em papel timbrado com a Marca do devedor, ou mesmo promessas em acordos verbais durante reuniões de negócios. Aqui entra a criatividade do profissional de recuperação de ativos, Diretor jurídico ou financeiro ou Advogado corporativo - ou de firma terceirizada - em contar a sua versão-dos-fatos, uma história que convença o juiz, mas, que traga para o pólo passivo da lide a empresa patrimonial do grupo econômico, aquela cuja razão social/CNPJ é titular de ativos fixos e intangíveis já identificados e facilmente penhorados ou cujos sócios têm bens nessas circunstâncias, útil na hipótese eventual e futura de desconsideração da personalidade jurídica. Melhor distribuir Ação de cobrança contra empresa patrimonial que Execução contra empresa operacional do grupo econômico do devedor. Nesse ponto, cabe ao estrategista decidir qual a melhor ação de cobrança judicial, desde que leve em conta a informação estratégica acerca do devedor.

Muitas ações de Execução, Monitórias ou mesmo de Cobrança estão praticamente paralisadas na Justiça simplesmente porque o credor não conseguiu sequer citar os réus. Faltou a simples localização pessoal do devedor. E a grande maioria das ações judiciais de recuperação de ativos estão paralisadas por absoluta falta de indicação de bens à penhora, ou seja, faltou a localização patrimonial dos devedores. É o famoso "ganha mas não leva", comum àqueles que acham que o Estado - no caso, o Poder Judiciário - tem que solucionar todos os seus problemas.

Diretores de Compliance ou do departamento jurídico da corporação devem promover a criação e alimentação de Relatórios com métricas de a) valor econômico da dívida; b) despesas para cobrança administrativa como protesto de títulos e contratação de Serviços de Inteligência, Busca de Ativos & Investigações Corporativas; c) tempo de duração dos processos judiciais de recuperação de ativos; e d) percentual efetivamente recuperado da dívida. Somente após algum tempo e algumas ações baseadas em Serviços de Inteligência a corporação poderá fazer análise escorreita acerca da conveniência, eficácia e resultado econômico de sua nova estratégia de recuperação de ativos, administrativamente com pressão psicológica ou judicialmente, por Execução, Ação Monitória ou Cobrança, comparando-a com aquela anterior sem informações estratégicas acessadas previamente. Benchmark com profissionais de grandes firmas de advocacia pode ajudar a reduzir custos e aumentar a eficácia das ações de cobrança. Briefing de recuperação de ativos em casos de elevado valor econômico deve ser elaborado para cobrancas futuras. Essas ações também servirão de aprendizado e prevenção aos profissionais de Compliance & Mitigação de Riscos.

O tema "recuperação de ativos" fica cada vez mais importante a medida que a corporação vende menos e tem como uma das soluções financeiras em tempo de crise econômica fazer "caixa" com a recuperação dos ativos fixos desviados de fraudes corporativas, solução adiada em tempos de "vacas gordas" porque, como dizia Maquiavel

"Os homens não pensam na tempestade nos momentos de bonança".



Marcelo de Montalvão é Diretor da Montax, empresa de Inteligência, Busca de Ativos & Investigações Corporativas














quinta-feira, 22 de outubro de 2015

MAIS TRANSPARÊNCIA: “BÔNUS POR VOLUME” COMEÇA A SER TRATADO NOS EUA COMO CONFLITO DE INTERESSES







Agências de publicidade serão investigadas nos EUA.

Grandes anunciantes dos Estados Unidos contrataram investigadores especializados em detectar fraudes para averiguar as práticas de agências de mídia.

A investigação tratará especialmente do "comportamento não transparente" relacionado apagamentos de compensação, escambos, busca de remuneração diferenciada por meio de informações privilegiadas, ofertas acessíveis apenas a agências e não aos anunciantes, práticas escusas de gestão de estoque, transações mundiais e gestão da cadeia de suprimento de mídia.
A Associação Nacional dos Anunciantes dos Estados Unidos (ANA), cujos membros respondem coletivamente por mais de US$ 250 bilhões em investimentos de publicidade e marketing, anunciou nesta terça-feira (20) que havia selecionado duas companhias para conduzir uma investigação ampla sobre a cadeia de suprimentos do setor de compra de mídia. Esse mercado mundial é dominado por seis grandes holdings publicitárias: WPP, Omnicom, Publicis, IPG, Dentsu Aegis e Havas.

Uma das empresas selecionadas pela ANA é a K2 Intelligence, consultoria de investigação empresarial criada em 2009 por Jeremy e Jules Kroll, e que conta com antigos agentes do FBI (Serviço Federal de Investigações americano) entre seus funcionários. A outra é a Firm Decisions, grupo de auditoria de mídia que é parte da Ebiquity, uma empresa com ações cotadas na bolsa Aim.
Os anunciantes americanos estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de que agências de publicidade estejam faturando com seus investimentos em espaço e tempo comercial de maneiras que não são transparentes, por exempl,o ao receber bonificações por volume em valor desconhecido das companhias de mídia.

Todas as holdings de publicidade negaram qualquer impropriedade. John Wren, presidente-executivo da Omnicom, disse que recebia positivamente uma apuração mais intensa do setor publicitário e acrescentou que "um cumprimento rigoroso dos contratos" era "fundamental para a confiança essencial entre cliente e agência, que serve de fundação ao nosso setor".
Bob Liodice, presidente da ANA, disse que a organização setorial, com integrantes como a Procter & Gamble e a Unilever, selecionou as duas empresas depois de estudar um total de 26 candidatos. "Cada uma delas traz perspectiva única e um conjunto de capacidades e recursos poderosos", ele afirmou.

O objetivo da ANA é "desmistificar" o mercado de compra de mídia e "oferecer perspectiva que esclareça a questão da transparência".

Tom Denford, presidente-executivo da ID Comms, uma consultoria de mídia, disse que existia o risco de que as agências optassem por não colaborar com a investigação da ANA. Mas alertou que "caso a comunidade das agências se recuse a participar, isso em si enviará aos anunciantes a mensagem de que o modelo atual de agência não serve aos seus propósitos".

A ANA afirmou que seu foco quanto à transparência da mídia surgiu três anos atrás quando "bonificações não reveladas da parte da mídia foram descobertas". No começo de 2014, uma pesquisa entre membros da ANA indicou que a preocupação quanto a diversas práticas não transparentes das agências estava crescendo, da parte dos anunciantes.

Em abril, Brian Wieser, da Pivotal Research, rebaixou a recomendação das ações de três holdings publicitárias —WPP, Omnicom e Publicis— para "venda", como resultado das preocupações cada vez mais intensas entre os anunciantes americanos de que podem estar sendo iludidos por suas agências.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

CRISE x OPORTUNIDADE: ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO NA CRISE





Se o Estudo de cenários é um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) estratégico da organização para melhor aproveitamento econômico das oportunidades e a antecipação das ameaças, a elaboração de um Plano de contingência (PLANCON) também ajuda a solucionar crises.

Porém, as crises vêm e vão e são excelentes oportunidades para reavaliar premissas e comportamentos, quer abandonando ações e clientela pontuais e ultrapassadas que vampirizam a lucratividade geral, quer improvisando onde existe muito tecnicismo ou vice-versa.

Oportunidades no Cenário atual brasileiro

"Crise" econômica no Brasil e o faturamento baixo das empresas pode ser uma boa oportunidade de a diretoria jurídica recrudescer as ações de recuperação de ativos, especialmente contra aqueles clientes vampiros cujas “promessas” de negócios são maiores que a satisfação; O dólar alto e o cambio atual favorecem negócios no exterior, portanto, é hora de exportar criando produtos e serviços do gosto do mercado externo e reestabelecer contato com clientes estrangeiros; Escândalos de fraude e corrupção e notícias de crimes financeiros demonstram a necessidade de Compliance para a sustentabilidade da companhia, especialmente aquelas que acham que “aqui não tem fraude” e que “isso nunca vai acontecer conosco”; Desemprego gera excedente de mão-de-obra qualificada mais barata, podendo a corporação contratar talentos por preço justo; Despesas operacionais e os custos fixos elevados podem e devem ser enxugados, basta que se utilize a “crise” para pressionar fornecedores à redução de suas margens sob fundamento de “manutenção do negócio”; "Rio de Janeiro" é uma marca mundialmente conhecida e os Jogos olímpicos na cidade maravilhosa aumentam a projeção de negócios no Brasil, devendo a equipe de marketing (branding) “pegar carona” nesse projeto; Por fim, acho que não existe nem nunca existiu “crise” para produtos e serviços voltados à Classe AAA, portanto, é hora de promover produtos premium.

A “crise” é uma excelente oportunidade para sabermos quais categorias de produtos e de clientes estão conosco “na riqueza e na pobreza”, porque muitos produtos simplesmente não vendem na crise e alguns clientes são desleais pois sempre mudam de fornecedor com base exclusivamente no critério “preço”.

Ameaças

Recessão econômica impacta nos recursos disponíveis para compras e investimentos em nossos produtos e serviços, especialmente aqueles que não são de primeira necessidade ou que estão na faixa de preços para a Classes B e C; Concorrentes digitalizados com softwares proprietários de entrega de serviços automatizados ou com redução das despesas de logística e distribuição ou que extinguiram os intermediários podem se dar ao luxo de baixar preços drasticamente, até para sobreviver, razão pela qual empresas com tecnologia-de-ponta da Era da Informação como Uber, Air BNB etc. podem detonar negócios da Era Industrial; Inflação e aumento desordenado de preços eleva custos operacionais e insatisfaz colaboradores que demandam por correção de salários, para essas circunstâncias recomendamos o “corte” dos funcionários tóxicos de uma só vez com a imediata tranquilização dos que ficaram; Concorrência acirrada devido justamente a diminuição do volume de negócios diminui o preço dos produtos e serviços, que julgamos somente uma mudança de enfoque para produtos premium e clientes AAA pode ajudar a enfrentar (com a vantagem de a empresa inovar e se manter crescendo); Fenômeno da digitalização, automação e robotização deprecia produtos e serviços estado-da-arte e atendimento personalizado para clientes Classe A e B, mas, clientes Classe AAA permanecem insistindo e demandando por produtos “hecho-a-mano” e atenção especial e serviços “estado-da-arte”; Mercado interno e políticas públicas instáveis diminuem a confiança de clientes do exterior que optam por contratar empresas de Matriz estrangeira, efeito maré-tsunami-marolinha comum à volatilidade dos mercados dos Brics, que somente a parceria com os concorrentes internacionais pode amenizar.

Estratégias de crescimento

Em 2004, o Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da Republica elaborou um Estudo de cenários intitulado “Projeto Brasil 3 tempos: 2007, 2015 e 2022” . Esse Estudo de cenários partiu da premissa correta (no meu ponto-de-vista) de que o Estado e a sociedade brasileiros não estão unidos e precisam celebrar “um pacto” para a construção de um cenário futuro positivo[1].

A intenção é boa mas insisto que as pessoas e organizações mais bem-sucedidas são aquelas que adotam uma postura mais competitiva e com clara intenção de crescimento e expansão. Aliás, até um conquistador amoroso tem mais chance de sucesso “atacando” que se defendendo...

Coincidentemente, países como os EUA, Reino Unido, China, Finlândia, Coréia do Sul e Irlanda estão ou mais bem-posicionados ou conseguem superar crises com menos traumas.

As oportunidades e ameaças acima elencadas devem ser analisadas caso-a-caso para a corporação promover, implementar sua estratégica de crescimento.

Além do modelo de Ansoff (1984) de Penetração de mercado com aperfeiçoamento de produtos; Desenvolvimento de produtos novos; Desenvolvimento de novos mercados; e Diversificação de produtos e mercados com novas tecnologias, processos produtivos e canais de distribuição inexplorados, a estratégica de crescimento deve se basear na realidade da empresa e seu meio ambiente.

Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) devem ser realizados com base nas premissas de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (Análise SWOT), e as ações de marketing e força de vendas devem dar novo enfoque conforme os novos produtos e serviços.

A corporação deve adotar missão mais adequada à estratégia de crescimento e implementá-la, mesmo que às custas de velhas práticas das quais se acomodaram. Pessoas vão perder poder na organização, alguns produtos deixarão de existir para dar vida à outros.

“Falar é fácil, quero ver fazer” é frase comum dos derrotistas e que replico com a assertiva de que: Para ter sucesso é preciso a coragem de fazer o improvável. Ou fica onde está!


Marcelo de Montalvão é diretor da Montax, empresa de Inteligência, Busca de Ativos & Investigações corporativas.




[1] Fonte: MONTALVÃO, Marcelo de; INTELIGÊNCIA & INDÚSTRIA: Espionagem e Contraespionagem Corporativa. [S.l.: s.n.], 2015. ISBN 660959 – Adquira o eBook em http://www.montaxbrasil.com.br/ebook.html








quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Espionagem na BRF Foods poderia ser evitada com recursos humanos preventivos?






Foi inovadora a reportagem do Jornal da Band de 30 de setembro de 2015 sobre a invasão de uma das sedes da BRF Foods em São Paulo – SP, com imagens do espião corporativo, no momento da identificação de acesso e intrusão no edifício sede para furto de informação privilegiada contida em notebooks do departamento de marketing da corporação.

O Alvo de busca possivelmente eram os planos de marketing da companhia.

Casos de espionagem industrial são muito comuns no Brasil, apenas não são divulgados. A última que chamou a atenção foi a do furto de laptops com informações sigilosas da Petrobras que estavam em um contêiner do terminal portuário Bric Log em 2008.

A matéria recente sobre a BRF Foods revelou mais um caso de espionagem industrial, porém, com o ineditismo de mostrar imagens do espião e de sua ação de busca.

Muitos que assistiram a reportagem podem ter pensado como a segurança do edifício pode ter falhado em permitir a entrada de elemento com identidade falsa e não suspeitar que indicou um andar para seguir a outro ou porque os corredores e salas da BRF Foods estavam vazios e desprotegidos “no horário de almoço”?

A espionagem corporativa é termo mais abrangente que engloba tanto espionagem por concorrentes em uma mesma indústria quanto por Estados nacionais em corporações sem intenção de lucro mas que podem contar dados estratégicos secretos acerca das indústrias como agências reguladoras, sindicatos agências de Inteligência econômica, de mercado (marketing) etc.

Evidentemente, o departamento de Inteligência Empresarial da BRF Foods falhou em aspectos do presente como, por exemplo, permitir que todos dos funcionários deixem as dependências da corporação com informações confidenciais em salas abertas, vazias e desocupadas. Ou fecha a porta ou mantém ao menos um funcionário mais antigo no local.

Mas, o setor de Inteligência Empresarial da BRF Foods, mais especificamente a Contraespionagem Corporativa, falhou mais em aspectos do passado, pois deixou de executar briefings básicos de Segurança da Informação. Vejamos:

1)      As imagens não deixam dúvidas que a ação de busca foi muito bem planejada e executada;
2)      A execução não poderia ter sido realizada por um único Ator (pessoa ou organização), o intruso muito provavelmente se valeu de informações privilegiadas acerca do local exato e melhor momento de ação repassadas por colaborador interno da companhia;
3)      Intruso não é um ladrão comum – provavelmente tem treinamento militar – e é possível que tenha deixado o País “até a poeira baixar”;
4)      Laptops com os arquivos importantes podem ter sido entregues à outra pessoa, imediatamente após a extrusão do edifício, tática conhecida até de pivetes para escapar do “flagrante”, fato que câmeras do circuito externo de vigilância e da vizinhança podem confirmar;
5)      Ações de espionagem contra a BRF Foods podem ter partido tanto de empresas concorrentes quanto de Estados nacionais adversos em ações integradas contra todas as empresas do setor de alimentos preocupados com tendências ou rumos da indústria e da oferta de alimentos;    

Mas porque as recentes ações de espionagem contra a BRF Foods revelaram falhas anteriores a data do fato, ao momento da ação de coleta em espionagem corporativa?

Primeiramente, porque a BRF Foods sabia que estava sendo monitorada de forma ilegal e antiética pelos próprios funcionários, em quem recaiam suspeitas de espionagem para a concorrente JBS, ao menos foi o que alertou o Blog do Madia, do consultor de marketing – essa palavra novamente! – Francisco Alberto Madia de Souza.

Em 7 de maio de 2015, Madia revelou em seu Blog que “Na página 22 da EXAME que chega às bancas hoje, 7 de maio de 2015, uma denúncia implícita de espionagem criminosa da BRF. Claro, contra a JBS. Diz a nota, “Na tarde de 22 de abril, os funcionários da sede da BRF, em São Paulo, foram convocados de surpresa para uma reunião. Antes de entrar na sala foram obrigados a abandonar o celular e o computador numa mesa. O motivo? A suspeita de que havia um espião da JBS entre eles…”. E por aí segue a história. Num determinado momento da reunião a declaração de guerra, “Ou o traidor pede demissão até o final do mês ou então chamaremos a polícia”. Segundo a matéria, desde o fatídico dia 22 de abril já forma demitidos pelo menos seis funcionários que de comum tinham algum parentesco com funcionários que trabalhavam na JBS… Nota técnica: hoje, mais de 100 ex-funcionários da BRF trabalham na JBS. Previsão de mais encrencas pela frente”.

A revelação da Revista Exame – ou do consultor de marketing Francisco Alberto Madia de Souza – acerca da fraude interna na BRF Foods, com fortes indícios de espionagem corporativa, com suspeita sobre a JBS, data de poucos meses antes da intrusão e furto de informação privilegiada objeto da reportagem da Bandeirantes.

A reportagem demontra que a BRF Foods partiu para o contra-ataque com ações psico-informativas, midiáticas. 

Esses fatos podem ter conexão com questões políticas, já que a BRF Foods é controladora da marca Friboi, alvo da boataria de que teria como acionista o filho do ex-presidente Lula do PT por meio da empresa offshore Blessed Holding, do Estado de Delaware (EUA), paraíso fiscal estadunidense que tem como sócias a U.S. Commonwealth Life de Porto Rico, mas, com dados de seus sistemas informatizados em Guernsey, ilha do Canal da Mancha também considerada paraíso fiscal, e a Lighthouse Capital Insurance Company das Ilhas Cayman, que tem site idêntico e também mantém ativos intangíveis em Guernsey. Ambas as seguradoras tem como principal acionista De direito o ex-private bank do HSBC Bermuda Bank, Colin Murdoch-Muirhead. Pouca transparência.

As matérias e episódios delas objeto servem de alerta antecipado acerca da principal falha da Segurança da Informação da maioria das empresas do Brasil: A falta de investimento em pesquisa de antecedentes criminais, em recursos humanos preventivos, denominados pelas empresas de Inteligência de background checks.

Povos latinos têm tradição em reação, ao invés da prevenção. É o famoso “só tranca a porta depois da casa ser invadida”.

Exemplo clássico desse cultura e modelo mental (mentalidade) reativa e não preventiva é o fato de nós, brasileiros, realizarmos muito pouco due diligences investigativas de fornecedores e quase nenhuma pesquisa de antecedentes criminais ou confirmação de antecedentes profissionais dos canditados às vagas de emprego nas companhias.

O resultado dessa omissão por absoluta falta de conhecimento acerca das vantagens econômicas de pesquisas pré-contratuais são “enxurradas” de ações judiciais de rescisão de contratos de forencedores, indenização por fraudes e má-prestação dos serviços e reclamações trabalhistas desonestas conhecidas como fraude judiciária. 

Contraespionagem corporativa são ações de monitoramos de adversários e concorrentes para neutralizar eventuais ações adversas como a captação da clientela, recrutamento de funcionários-chave, imitação de produtos e serviços, acesso não autorizado à informação estratégica da companhia ou mesmo sabotagem.

É a proteção dos ativos intangíveis da companhia com ações de Contrainteligência. A organização precisa identificar ameaças e vulnerabilidades e falhas da contratação com serviços de Inteligência para a diminuição de “vazamentos”, melhorar a reputação e a imagem corporativa no ambiente real e virtual e até para diminuir a capacidade dos adversários de identificar intenção, planos e estratégias da corporação.

O invasor da BRF Foods com certeza recebeu ajuda interna corporis e, nem sua prisão e identificação pela polícia, com os direitos constitucionais e previsão penal branda para casos de concorrência desleal no Brasil, seria garantia de descobrimento do Ator econômico ou político autor do plano de intrusão e roubo de segredos comerciais da companhia.

Marcelo de Montalvão é diretor da Montax, empresa de Inteligência, Busca de Ativos e Investigações corporativas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Inteligência Empresarial - Sun Tzu, o Pai da Espionagem




Nos textos antigos do general Sun Tzu (século V a.C.), mais especificamente no capítulo XIII de sua obra A Arte da Guerra intitulado O emprego de espiões, encontramos verdadeiro manual de espionagem que, por sua técnica e objetividade, é considerado o primeiro tratado sobre a Atividade de Inteligência e de implementação de um sistema de coleta de informações por estadistas e comandantes-em-guerra.
É um capítulo breve, porém, importantíssimo, que merece ser transcrito na íntegra:

“Constituir um exército com 100 mil homens e fazê-lo percorrer grandes distâncias impõe grandes perdas ao povo e drena os recursos do Estado. A despesa diária deverá chegar a mil onças de prata. Haverá distúrbios internos e externos e homens cairão exaustos nas estradas. Mais de 700 mil famílias serão dificultadas em seu trabalho.
Exércitos adversários podem enfrentar-se durante anos, lutando pela vitória, que é decidida num só dia. Dessa forma, continuar na ignorância da condição do inimigo, apenas porque alguém se recusa a desembolsar uma centena de onças de prata em hornas e recompensas, é o cúmulo da desumanidade.
Quem age assim, não lidera homens, não serve de ajuda ao seu soberano, não é o artífice da vitória. O que possibilita ao soberano inteligente e ao bom general atacar, vencer e conquistar coisas além do alcance de homens comuns é a previsão. Ora, essa previsão não pode ser extraída da coragem; nem também por indução decorrente da experiência, nem por qualquer cálculo realizado.
O conhecimento das disposições do inimigo só pode ser conseguido de outros homens. O conhecimento do espírito do mundo tem de ser obtido por adivinhação; a informação sobre a ciência natural deve ser procurada pelo raciocínio intuitivo; as leis do universo podem ser comprovadas pelo cálculo matemático; mas, as disposições do inimigo só são averiguadas por espiões e apenas por eles.
Daí o emprego de espiões, que se dividem em cinco tipos: espiões locais; espiões internos; espiões convertidos; espiões condenados; espiões sobreviventes.
Quando esses cinco tipos estão todos agindo, ninguém pode descobrir o sistema secreto. Chama-se a isso “a manipulação divina dos fios”. É a  faculdade mais preciosa de um soberano.
Ter espiões locais significa empregar os serviços de habitantes de um distrito. Em país inimigo, conquistam-se as pessoas com bom tratamento, empregando-as como espiãs.
Ter espiões internos significa usar os funcionários do inimigo. Homens direitos que foram rebaixados no emprego; criminosos que sofreram penas; também concubinas favoritas, gananciosas de ouro; homens ofendidos por estarem em posições subalternas ou preteridos na distribuição de cargos; outros ansiosos para que seu lado seja derrotado e, assim, possam ter uma oportunidade de exibir sua capacidade e talento, volúveis vira-casacas que sempre estão em cima do muro. Funcionários dessas várias espécies devem ser abordados secretamente e atraídos pela concessão de presentes caros. Para isso, devemos ser capazes de descobrir a situação dos negócios no país inimigo, averiguar os planos preparados contra nós e, ainda mais, perturbar a harmonia e criar uma separação entre o soberano e seus ministros. Porém, há necessidade de extrema cautela ao lidar com espiões internos.
Ter espiões convertidos quer dizer apoderar-se de espiões do inimigo e empregá-los para nossos próprios fins; Fazendo grandes subornos e promessas liberais, nós os afastamos do serviço do inimigo e os induzimos a fornecer-lhe informações falsas e, ao mesmo tempo, espionar seus compatriotas.
Ter espiões condenados significa fazer certas coisas às claras, com o objetivo de enganar e permitir aos nossos próprios espiões tomar conhecimento e, quando traírem, comunicarem o que sabem ao inimigo. Faremos coisas calculadas para enganar nossos próprios espiões, que devem ser levados a acreditar que foram reveladas inconscientemente. Então, quando esses espiões tiverem sido capturados por trás das linhas inimigas, farão um relatório totalmente falso, levando o inimigo a tomar medidas adequadas, apenas para chegar à conclusão de que fizemos uma coisa muito diferente. Os espiões, por causa disso, serão mortos.
Finalmente, espiões sobreviventes são os que trazem notícias do acampamento inimigo. Esta é uma espécie comum de espiões, que devem constituir parte regular do exército. Seu espião sobrevivente deve ser um indivíduo de grande sagacidade, embora no aspecto pareça bobo; externamente desprezível, mas, com uma vontade de ferro. Deve ser ágil, robusto, dotado de força física e coragem, inteiramente acostumado a toda espécie de trabalho sujo, capaz de suportar fome, frio e conspirar com a vergonha e a ignomínia.
Jamais haverá em todo exército relações mais íntimas que as mantidas com os espiões. Nenhuma outra relação deverá ser mais liberalmente recompensada. Em nenhuma outra deverá haver maior segredo.
Os espiões não podem ser empregados utilmente sem um certo grau de sagacidade intuitiva. Antes de empregar espiões, devemos ter certeza de sua integridade de caráter e do tamanho de sua experiência e habilidade. Um rosto atrevido e uma disposição ladina são mais perigosos que montanhas ou rios; é preciso ser gênio para penetrar em ambos.
Eles não podem ser adequadamente usados sem benevolência e franqueza.
Sem uma sutil engenhosidade mental não se pode ter certeza da autenticidade dos seus relatórios.
Seja sutil ! Seja sutil! E empregue seus espiões em toda a espécie de atividade.
Se uma notícia secreta é divulgada por um espião antes da hora, ele deve ser morto junto com quem recebeu a notícia.
Se o objetivo for esmagar um exército, agitar uma cidade ou assassinar alguém, será sempre necessário descobrir os nomes dos assessores, ajudantes-de-campo, porteiro e sentinelas do comandante-em-chefe. Nossos espiões devem ser empregados nessa tarefa.
O espião do inimigo que chegar até nós deve ser descoberto, tentado com suborno, deixado livre e confortavelmente abrigado. Assim, se tornará um espião convertido e à nossa disposição.
É por meio da informação trazida pelo espião convertido que somos capazes de conseguir e empregar espiões locais e internos. Devemos atrair o espião convertido para o nosso serviço, porque é ele quem sabe quais os habitantes locais gananciosos e quais os funcionários sensíveis à corrupção.
É graças à sua informação, ainda, que podemos fazer o espião condenado levar informações falsas ao inimigo.
Finalmente, é graças à sua informação que o espião sobrevivente pode ser empregado em determinadas ocasiões.
A finalidade e a intenção de espionar em todas as cinco variedades é o conhecimento do inimigo; e esse conhecimento só pode advir, em primeira instância, do espião convertido.
Não só ele, pessoalmente, fornece a informação, como torna possível usar as outras espécies de espiões com vantagem. Portanto, é essencial que o espião convertido seja tratado com a máxima liberalidade.
Na antiguidade, o surgimento da dinastia Yin deveu-se a I Chi, que serviu sob a Hsia. Da mesma forma, o nascimento da dinastia Chou foi possível graças a Lu Ya, que serviu sob o Yin.
Dessa maneira, apenas o governante esclarecido e o general criterioso usarão as mais dotadas inteligências do exército para a espionagem, obtendo, dessa forma, grandes resultados.
Os espiões são os elementos mais importantes de uma guerra, porque neles repousa a capacidade de movimentação de um exército”.

A clareza do texto antigo do general chinês Sun Tzu dispensa explicações senão um comentário para adaptar suas recomendações a contemporaneidade: O sistema de Inteligência idealizado pelo general chinês da antiguidade era uma rede de espionagem que servia para fins militares e está baseado exclusivamente em Inteligência humana (HUMINT) ou fontes humanas de Inteligência, afinal, na época de Sun Tzu não havia rádio, satélite, televisão nem Internet.
No mundo contemporâneo da Era da Informação, apesar da existência e proliferação das fontes eletrônicas como a Open Source Intelligence (OSINT) ou fontes abertas de inteligência, Imagery Intelligence (IMINT) ou inteligência de imagens, Signals Intelligence (SIGINT) ou inteligência de sinais e sua variante Communications Intelligence (COMINT) ou inteligência de comunicações, as pessoas ainda são indispensáveis a um bom trabalho de Inteligência.

Fonte: MONTALVÃO, Marcelo de; INTELIGÊNCIA & INDÚSTRIA: Espionagem e Contraespionagem Corporativa - Capítulo 02 - 2015.

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Inteligência Empresarial - Técnicas de Espionagem Ajudam Advogados

  

Com ajuda do ex-advogado e jornalista investigativo Glenn Greenwald, o ex-analista da CIA Edward Snowden expôs ao mundo a espionagem em série e em massa praticada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA contra populações mundiais.

O governo estadunidense usa técnicas de espionagem exclusivas do Estado conhecidas como SIGINT (Signals Intelligence) ou Inteligência de sinais que são o acesso e análise de dados e metadados coletados a partir do monitoramento de servidores da Internet, computadores pessoais, satélites de comunicação, cabos submarinos de fibra ótica e sistemas de telefonia fixa e móvel, nacional e estrangeira.

No Brasil, espionagem militar em tempos de guerra é crime punido com pena de morte e a espionagem corporativa, definida como crime de concorrência desleal, é punida com penas brandas que geralmente não levam ninguém a cadeia. E escutas telefônicas ou interceptação de mensagens eletrônicas, sem autorização da justiça, configuram crime grave previsto no artigo 10 da Lei nº 9.296/1996: “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa”.

Essas técnicas de espionagem são prerrogativas do Estado.

Mas, existem técnicas de espionagem – assim chamadas porque também praticadas pelo serviço secreto – que não configuram crime nem tampouco infração ética e que podem revelar os segredos guardados pelos adversários.

Estou falando da OSINT (Open Source Intelligence) ou Fontes abertas de Inteligência, dados de domínio público ou publicados em jornais e revistas, e da HUMINT (Human Intelligence) ou Fontes humanas de Inteligência, desde que não sejam empregados do adversário.

Material descartado e bens abandonados (lixo) também revelam segredos.

Analistas de Inteligência Competitiva (IC) e jornalistas investigativos se valem dessas fontes de Inteligência justamente porque, além de eficazes, não representam crimes nem tampouco infração de ordem ética.   

Advogados contratam empresas de serviços de Informação, Inteligência e Investigações para ajudá-los com suporte a litígios de fraudes milionárias como coleta de provas e localização de bens e ativos financeiros protegidos mediante disfarce, camuflagem e desinformação, técnicas de Contrainteligência (ou contraespionagem) usadas por fraudadores milionários e grandes devedores e definidas por lei como crime de “lavagem” e ocultação de bens, direitos e valores.

Técnicas de espionagem não proibidas por lei, OSINT e HUMINT, usadas de forma ética, garante aos diretores jurídicos e advogados de corporações vítimas de fraudes ações judiciais mais eficazes porque providas de Informação estratégica, planejamento e maior resultado econômico em menos tempo


Manual de Inteligência - Busca de Ativos & Investigações é uma excelente oportunidade de aprendizado para você, leitorCompre por apenas R$ 19,00 aqui.


Não confie apenas na busca de bens do devedor em cartórios. Com o Manual de Inteligência - Busca de Ativos & Investigações você mesmo poderá realizar sua pesquisa de bens, de busca de bens do devedor. Esse material rico não tem precedente na história. Ele é parte do briefing de busca de bens da Montax Inteligência e revela um pouco do que somos capazes de fazer.

Você acha que BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud funcionam em casos de fraudes?







Os sistemas informatizados da Justiça Pública incontestavelmente colaboram com a recuperação de ativos. Eles representaram um avanço nas ações de cobrança de dívidas comuns.

Entretanto, será que os sistemas BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud são eficazes para a efetiva recuperação de ativos em casos de fraudes, nos casos em que os devedores não são pessoas comuns, mas, fraudadores contumazes e habilidosos em “lavagem” e ocultação de bens?

A resposta é não!


Se você suspeita que o devedor não é um caloteiro comum, mas, um fraudador profissional, somente um profissional do ramo de Contrainteligência com experiência em localização de pessoas e bens para a recuperação de ativos desviados de fraudes pode solucionar o caso. Vejamos.

BACEN-Jud: Pense como o fraudador: Depois de arquitetar uma fraude e obter sucesso, você depositaria o dinheiro roubado em contas bancárias no País da fraude ou em seu próprio nome/CPF? Dificilmente.

INFO-Jud: Sonegação fiscal é muito comum no Brasil. Foram R$ 300 bilhões de ativos sonegados somente no ano passado. Você acha mesmo que o fraudador de mais de R$ 1 milhão vai informar à Receita Federal do Brasil ativos valiosos que ele não tem como declarar a origem? E aquela fazenda ou casa de praia em outro Estado distante do local da fraude e que todos sabem que é do fraudador, será que consta da Declaração de Rendimentos do IRPF? É óbvio que não! Entre pagar a dívida e responder ao processo criminal (se houver), ele escolhe não pagar.

RENA-Jud: Mesmo que o fraudador desfile com Ferraris e Lamborghinis, esses automóveis não devem estar em nome/CPF dele. Se estiver, as chances de localizá-las por um Oficial de Justiça diligente são quase nulas, porque é um “auto” “móvel” que pode ser levado à qualquer local, até mesmo à garagem do vizinho (que Oficiais de Justiça não se dão ao trabalho de investigar).

Não queremos desmotivar o credor nem excluir mecanismos legais que representam um pingo d’água em meio a um oceano de lentidão e burocracia do Poder Judiciário, porém, fraudadores profissionais praticam ações especializadas como

Desinformação: Manipulação de dados e informações de modo deliberado para confundir e despistar credores e adversários, tais como as que se seguem:

Camuflagem: Ação que torna invisível, aos olhos dos credores, ativos do devedor. Na camuflagem, não existe esconderijo porque os dados e informações estão a vista de qualquer um, porém, não são facilmente acessadas porque espalhadas, misturadas ou confundidas à outras informações de ativos sem importância aparente.

Despistamento: Prática de despistar, lançar pistas falsas para que o credor pense que coletou uma pista quando, em realidade, aquele dado ou informação o conduzirá a uma pesquisa com premissa falsa ou equivocada que não o levará a lugar algum senão pura perda de tempo. Modo muito comum de despistamento mediante desinformação é o rumor, a propagação de boatos.

A “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e créditos é apenas o nome legal dessas ações de ocultamento e que são realizadas de muitas maneiras, isoladamente ou combinadas, geralmente como investimentos dos valores desviados com as fraudes em nome/CPF de interpostas pessoas (“laranjas”), familiares ou não, em ativos longe dos locais das fraudes ou protegidos sob máscaras de sociedades empresárias, imóveis com garantias hipotecárias, fundos-de-investimento etc.  

Serviços de Informação, Inteligência & Investigações de fraudes representam soluções alternativas confiáveis de efetiva recuperação de ativos de suporte aos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.


Se o devedor é um fraudador profissional, ele está gastando seu dinheiro enquanto você perde tempo com o acesso aos sistemas BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud...

O RECRUTAMENTO NA SUA EMPRESA É EFICAZ NO COMBATE ÀS FRAUDES CORPORATIVAS? Recursos humanos preventivos (Background checks)






As organizações sofrem muito com fraudes internas que acontecem por meio digital ou físico (Notas fiscais, estoques) e atingem facilmente R$ 1 milhão em cada caso, quando não há roubo de ativos intangíveis como segredos industriais ou entrega de Informação estratégica à concorrência.

Como prevenir em 80% esses danos? Com processos seletivos com ênfase à análise de risco da contratação a partir de investigação acerca do Conceito moral (reputação) dos candidatos.


A principal falha dos processos seletivos é justamente a falta de pesquisa acerca dos antecedentes pessoais e profissionais dos candidatos a vagas de emprego (Background checks). É um pequeno investimento de tempo e dinheiro insignificante diante das estatísticas de fraudes, prejuízos financeiros e danos à imagem corporativa.

As empresas investem milhões em campanhas publicitárias, mas, pouco investem na eficácia de processos seletivos.

Uma única fraude praticada por um único empregado desonesto pode comprometer o trabalho de toda uma equipe e solapar os resultados econômicos de toda uma filial por anos.

No caso do Barings Bank, do Reino Unido, seus administradores teriam evitado a falência se tivessem analisado o perfil de Nick Leeson com ajuda de profissionais de Inteligência, ao invés de se fascinar com os inacreditáveis lucros gerados por um jovem com um passado de desempenho mediano e altíssima rotatividade em outros bancos. Ninguém se torna gênio do dia para a noite... A repentina ascensão do jovem oráculo dos investimentos também deveria acender o sinal de alerta para ativação do monitoramento de suas ações para prevenção das fraudes que causaram a insolvência de um banco de investimentos com 235 anos de existência. O prejuízo foi de mais de R$ 1,2 bilhão. Nick Leeson foi o fraudador, mas, quem permitiu seu acesso ao banco e àquela posição de destaque?

Para a diminuição das fraudes internas não bastam controles eletrônicos e contábeis. É necessário um mecanismo de controle social como Recursos Humanos preventivos (Background checks).

Background checks são soluções de segurança da Informação e de ativos fixos da corporação por meio da simples – e eficaz – investigação acerca dos antecedentes que indicarão tendências comportamentais de cada candidato. É análise aprofundada acerca de seu histórico profissional, especialmente aquelas lacunas e omissões de seu curriculum vitae, bem como das atividades, comportamento e reputação dos empregados fora do ambiente corporativo. Essa pesquisa deve ser realizada 100% com base em fontes abertas de Inteligência (OSINT).

O CEO e membros do Conselho de Administração da corporação devem ter pronto acesso a relatórios atualizados acerca de cada colaborador, principalmente daqueles que têm mais poder ou estão localizados em pontos críticos de ocorrência de fraudes corporativas, quer para explorar o que há de melhor em cada um deles, quer para evitar danos corporativos.


Recursos Humanos devem ser complementados com técnicas de Inteligência para prevenir danos, ao invés de remediá-los.

AS 19 REGRAS DE OURO DO MUNDO DA PREVENÇÃO DE FRAUDES QUE VOCÊ NÃO DEVE IGNORAR





1) Vinte e cinco por cento de todos os adultos mentem, roubam ou trapaceiam praticamente o tempo todo: 25% nunca, nunca fazem algo desonesto e o saldo 50% pode seguir um desses dois caminhos.

2) A essência de uma fraude bem-sucedida reside no fato de pessoas honestas não suspeitarem e, caso suspeitem, nada façam a respeito.

3) As pessoas roubam porque veem uma oportunidade e acreditam que podem se livrar da situação. Essas pessoas são impedidas por bons controles, pelo medo de serem descobertas e pela punição.

4) As pessoas que são flagradas fraudando quase sempre pegam alguma doença terminal que é miraculosamente curada um dia após a acusação ter sido retirada. Quanto mais séria a suposta doença, mais rápida é a recuperação. Se os médicos pudessem descobrir quais alterações metabólicas ocorrem entre a descoberta e a absolvição, todas as doenças seriam curadas.

5) Aprofundar o mesmo poço, não significa melhorá-lo (Edward de Bono). Se pensarmos nos muitos escritórios contábeis de liderança que já foram processados devido a falhas para detectar uma fraude, surge uma pergunta: por que, repentinamente, suas equipes contábeis forenses afirmam ser especialistas em detecção e prevenção de fraudes ?


6) Se você acreditar realmente em algo e repeti-lo sempre que for necessário, isso acontecerá. Enfatize a importância da ética nos negócios, da honestidade e do controle em sua organização e a mensagem será transmitida.

7) Como Nick Nelson -  o trader responsável pela falência do Barings Bank – sentiu na pele: jamais negocie sua saída de qualquer situação. Por isso, informe sempre os erros de forma honesta e aceite as consequências. Consequência imediata: se você realmente negociar sua saída de uma catástrofe, ninguém mais saberá. Essa é a última cartada.

8) Nunca, nada de útil foi realizado por um comitê. Quem já conheceu um membro de um comitê de auditoria que tenha se demitido com base em fundamentos éticos?

9) Autorregulação é como deixar o Conde Drácula responsável por um banco de sangue: isso nunca dará certo.

10) Toda fraude pode ser prevenida por pessoas que fazem as perguntas certas na hora certa.

11) Nunca tenha medo de fazer uma pergunta que faça você parecer bobo: caso tenha dúvida, pergunte e pergunte novamente. Caso ainda não consiga entender, peça uma resposta por escrito e faça com que seus filhos a expliquem quando você chegar em casa.

12) Se alguém disser estar ofendido por uma pergunta feita por você, pergunte novamente e faça pressão em busca de uma resposta.

13) Nunca ria de um infortúnio de uma pessoa, você pode ser o próximo.

14) Nunca concorde ou autorize algo que você não entenda.

15) Sempre associe a autoridade com a responsabilidade: responsabilize as pessoas pelos controles e proporcione a elas os recursos necessários. Não deixe que elas passem o chapéu. Se você for considerado responsável (após o evento) na eventualidade de algo não ocorrer bem, mas sobre o que você não tinha autoridade (antes do evento), ENTRE EM PÂNICO. Você está sentado em uma bomba relógio.

16) Nunca acredite em seu próprio Relações Públicas ou presuma que pode gerenciar algo que extrapole o âmago da sua competência. Nesse sentido, nunca acredite ser capaz de administrar qualquer coisa. O melhor que muitos gestores conseguem fazer é liderar. É sempre fácil ser um bom gestor quando tudo vai bem ou quando você não se preocupa com o andamento dos negócios. É muito mais difícil quando aqueles acima ou abaixo de você são desonestos, grosseiros, patetas, felizes, não fazem aquilo que é necessário ou têm pautas secretas.

17) Fique sempre alerta ao fato de que as pessoas podem não lhe dizer toda a verdade e que algumas podem ser mais espertas que você. Ambos os casos são difíceis de controlar.

18) Se fizer negócios arriscados, não se surpreenda se estiver sendo explorado.

19) Administre os negócios como se você fosse o proprietário e com o pensamento de que é o seu dinheiro que está em jogo.