segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

TELEFONES MÓVEIS DO BRASIL PODEM SER ALVO DA ESPIONAGEM ANGLO-ESTADUNIDENSE POR MEIO DOS CARTÕES SIM DA HOLANDESA GEMALTO

                         Gemalto

A empresa de segurança digital holandesa Gemalto declarou nesta sexta-feira estar investigando as informações divulgadas pelo site The Intercep, segundo as quais os sistemas da companhia foram invadidos pelas agências de inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido.


A revista digital divulgou na quinta-feira que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) e a britânica Sede de Comunicações do Governo (GCHQ) invadiram o sistema da empresa para roubar chaves de criptografia usadas para proteger a privacidade das comunicações de telefones celulares. O site cita como fonte documentos fornecidos pelo agente da inteligência norte-americana, Edward Snowden.
A GCHQ recusou-se a comentar a acusação. No caso da NSA, não foi possível entrar em contato com a agência.

A Gemalto produz atualmente 2 bilhões de cartões SIM por ano, usados por 450 operadoras de telefonia celular em todo o mundo, incluindo gigantes do setor como AT&T, T-Mobile, Verizon e Sprint. De origem holandesa, a Gemalto tem sedes em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde mantem fábricas em Curitiba e fornece serviços e produtos para as principais operadoras do país.

Apesar de não ter sido possível estabelecer a parcela de chips SMS da Gemalto usados pelas maiores operadoras brasileiras, sabe-se que a partir de fevereiro desde ano a Nextel adotou no país o chip SIM 3 em 1, fornecido pela Gemalto e compatível com os 3 formatos de chips atualmente disponíveis no mercado.
Além disso, no Brasil, a Gemalto administra um hub de smart messages conectado às quatro maiores operadoras do país: Vivo, Tim, Claro e Oi. Atualmente o hub registra cerca de 400 milhões de smart messages por mês. A Gemalto espera, no entanto, que em 2015 esse volume cresça 50%, alcançando um volume mensal de 600 milhões.

Brasil é hoje o líder mundial em volume de smart messages, um SMS especial entregue na tela do celular como um “pop-up” e que oferece aos clientes a possibilidade de adquirir e ativar diversos serviços oferecidos. A tecnologia funciona com base nos chips SIM e é compatível com qualquer tipo de aparelho móvel.

Em 2013, a Gemalto inaugurou uma nova unidade industrial em Pinhais (PR), ampliando a sua fábrica que já existia na cidade. A planta atende não apenas ao mercado nacional, mas também a América Latina e algumas regiões da África, produzindo componentes voltados para segurança digital, como cartões SIM, tecnologia contactless, NFC e chips LTE.

Falando em mercado chinês, o maior em telefonia móvel do mundo, a Gemalto se faz presente desde os anos 1990. Últimos dados oficiais mostram que em 2010 a China era responsável pela compra de aproximadamente 45% de todos os chips SIM fabricados pela Gemalto no mundo. Sabe-se que atualmente a empresa tem parcerias com as maiores operadoras do país, como China Mobile, China Unicom e China Telecom. 


Fonte: http://br.sputniknews.com//mundo/20150220/225536.html#ixzz3Sak87Gin

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SWISSLEAKS: HSBC SERVIU PARA ESQUEMAS DE EVASÃO DE DIVISAS, FRAUDE FISCAL E “LAVAGEM” E OCULTAÇÃO DE DINHEIRO

Banco é associado a desvio de impostos e lavagem de dinheiro de atividades ilegais e diz que mudará 'radicalmente' suas exigências. Até agora, o único procurado pela justiça suíça é o autor das denúncias

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Brasília – O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICGI, na sigla em inglês) divulgou neste domingo (8) documentos confidenciais sobre o ramo suíço do banco britânico HSBC, que revelam supostos esquemas bilionários de evasão fiscal .
A investigação, batizada "Swissleaks", revela documentos fornecidos por Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC em Genebra, ao jornal francês Le Monde e compartilhado com o consórcio e com 45 jornalistas de mais de 40 países.
As informações dizem respeito a contas no valor de mais de US$ 180 bilhões, englobando 106 mil clientes de 203 países. Boa parte deste dinheiro teria servido para fraudes fiscais, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo internacional.
A relação de clientes foi entregue ao Le Monde por Hervé Falciani, técnico de informática italiano que trabalhava na filial suíça do HSBC. Ele repassou informações bancárias de milhares de clientes às autoridades francesas, que, então, compartilharam com outros países europeus.
As fraudes e os nomes dos envolvidos, batizados de "Lista Falciani", foram publicadas domingo por um consórcio de mais de 50 meios de comunicação, liderados pelo Le Monde.
Segundo o ICGI, a filial suíça do HSBC tem entre seus clientes, chefes de estado e políticos de governos como o da própria Grã-Bretanha, da Rússia, Ucrânia, Quênia, Índia, Lichtenstein, México, Líbano, Tunísia, Paraguai, Senegal, Argélia, Jordânia e Marrocos, entre outros. A lista inclui ainda tenistas, pilotos de corrida, jogadores de futebol, astros e estrelas da música e do cinema.
O documento, diz o ICGI, joga luz sobre a ligação entre negócios considerados lícitos e o crime organizado, além de ampliar suspeitas sobre o comportamento ético de um gigante do setor financeiro internacional.

Transformação

Depois de acusada de ajudar milhares de clientes a evitar o pagamento de impostos, o HSBC suíço disse em nota divulgada hoje (9) que tomará medidas para evitar fraudes e lavagem de dinheiro.
"O HSBC (da Suíça) realizou uma transformação radical para evitar que os seus serviços sejam utilizados para fraudar o fisco ou para a lavagem de dinheiro", disse o diretor-geral da filial, Franco Morra, no comunicado enviado à agência de notícias France Presse.
"O HSBC acolheu um certo número de clientes que não estavam totalmente de acordo com suas obrigações fiscais. A cultura de aceitação e os padrões de bom comportamento eram claramente mais baixos dos que os de hoje", admitiu o banco.
De acordo com Morra, a nova direção do banco fez uma análise profunda de todos os negócios, encerrando as contas que não correspondiam aos padrões da entidade.
O diretor-geral afirmou ainda que as práticas reveladas ontem "devem servir de alerta e lembrar a todos que este modelo dos bancos privados da Suíça não é mais aceitável."

Ônus da prova

De acordo com informações da agência Efe, a Suíça não abriu processos judiciais contra o HSBC e seus diretores. A instituição do país responsável por regular a atuação dos bancos também não tomou atitudes sobre o fato e nem mesmo solicitaram acesso às informações divulgadas.
A única ação sobre o caso na justiça suíça sobre o assunto é contra Falciani, acusado de espionagem financeira, de violar o sigilo bancário e o segredo comercial, e de apropriação indevida de dados dos clientes.
A Suíça pediu à Espanha a extradição de Falciani, onde ele tinha sido detido após uma ordem internacional de captura solicitada pelas autoridades do país. A Audiência Nacional da Espanha rejeitou a extradição argumentando que Falciani apenas revelou as ações ilegais do banco.