Segundo Lucas, ao ser indagado por Agentes provocadores (espiões) acerca de sua lealdade tributária ao Estado Romano, Jesus Cristo teria evitado a incriminação ao responder: "De quem é o rosto estampado neste moeda? Não é o de César? Dai, então, a Cesar, o que é de César e, a Deus, o que é de Deus".
Mais que separar a religião do Estado, o comentário é excelente lição de Contrainteligência e Economia Política. Explico.
Agentes provocadores são espiões infiltrados em uma organização ou evento com a intenção de sabotar seu planos com comentários falsos, alarmistas ou denuncistas. A ideia é provocar reações do ator político ou econômico (pessoa ou organização) que justifiquem ações de repressão. Exemplo: Omitir a segurança pública em eventos de organizações culturais para provocar ou facilitar a violência para, depois, justificar a proibição do evento ou extinção da organização ou “infiltrando o agente no sistema operativo da organização adversa ou oponente. Neste caso, a infiltração visa, basicamente, neutralizá-la” (Portaria Reservada nº 22, de 24.04.2009 - Estado-Maior do Exército - Aprova o Manual de Campanha C 30-03 - Contrainteligência. Pub BRE 06/2009).
Fariseus e herodianos infiltrados nas palestras do revolucionário rabino não conseguiam prejudicá-lo com ações de Contrainteligência porque ele estava preparado, precavido.
E a lição de Economia Política, onde está?
Dinheiro ou papel-moeda nada mais são que Notas promissórias, promessas de pagamento do Estado. Por isso lá trazem as assinaturas do Ministro da Fazenda, Presidente do Banco Central etc. Ao emitir e entregar papel-moeda, o Estado promete que bens e serviços de preço equivalente sejam entregues em troca.
Para realizar obras, prestar serviços públicos e pagar servidores e colaboradores da organização "Estado", a administração pública recolhe tributos diversos e emite papel-moeda em um equilíbrio precário para evitar sua desvalorização.
Ao realizar gastos maiores que a arrecadação de impostos, ou mesmo emitir papel-moeda demais para fazer frente a esses gastos, a oferta de dinheiro aumenta e ele desvaloriza, perde seu poder-de-compra.
Cobrar mais ou menos impostos e gastar mais ou menos com supérfluos são políticas de Estado que podem se revelar eficazes ou inúteis ou mesmo destruidoras a longo prazo.
Esses são aspectos e circunstâncias econômicas da desvalorização da moeda, símbolo econômico máximo de uma organização estatal.
Porém, do mesmo modo que religião difere mas interfere no Estado, a política também influencia a economia e (in) decisões ou más-escolhas dos administradores públicos acabam por prejudicar sua reputação, quer em nível econômico quer em nível político/administrativo, fazendo com que o mercado e os contribuintes percam a confiança no Estado. A promessa passa a perder o sentido...
Portanto, além das razões econômicas como a falta de equilíbrio fiscal e a desorganização, a falta de confiança na sua administração e promessas não cumpridas também pode causar a falência de um Estado, a começar por um de seus símbolos “sagrados”, o dinheiro.
A desvalorização do Real frente ao dólar, a moeda dos negócios internacionais, é reflexo da incapacidade técnica ou improbidade dos administradores públicos nacionais, com consequências graves para o Estado e seus cidadãos. Empresas, profissionais liberais e servidores de alto-escalão aparentemente blindados pela alta dos preços também estão sob ameaça de paralisação das atividades econômicas ou mesmo a falência de suas organizações devido ao aumento exponencial dos tributos e da violência urbana decorrente da pobreza e desigualdade social.
Sem confiança no Estado, o aumento dos impostos e a perda do poder-de-compra da moeda, os contribuintes pessoa física e jurídica podem se insurgir com ações de “desobediência civil” (Hobbes, Rousseau etc.) como
1) Não recolhimento de impostos por omissão de receita (sonegação) ou simples inadimplemento;
2) Substituição do papel-moeda nacional por dólar (US$) ou outra moeda como o Bitcoin (฿); ou ainda;
3) simplesmente deixando de usar dinheiro mediante escambo ou troca de serviços (que também não gera receita com impostos).
1) Não recolhimento de impostos por omissão de receita (sonegação) ou simples inadimplemento;
2) Substituição do papel-moeda nacional por dólar (US$) ou outra moeda como o Bitcoin (฿); ou ainda;
3) simplesmente deixando de usar dinheiro mediante escambo ou troca de serviços (que também não gera receita com impostos).
O Império Romano não sucumbiu a ideia “Cristianismo” porque soube usá-la em proveito próprio.
O Estado brasileiro precisa merecer a confiança do Povo, diminuir a carga tributária, gastar menos com privilégios e mais com com educação, saúde e saneamento básico. O efeito psicológico geral que a confiança e a boa-reputação causará nos cidadãos, seguidores do Estado, tem efeito econômico e político incomensuráveis.
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