quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Relatório afirma que torturas foram mais brutais do que a CIA admitiu

As torturas e os métodos de interrogatório utilizados pela CIA contra suspeitos de terrorismo foram muito mais brutais do que se admitiu até agora e não apresentaram resultados, afirma um relatório do Senado americano divulgado nesta terça-feira.

Na introdução do documento, a senadora Dianne Feinstein, líder do Comitê de Inteligência, não deixou dúvidas sobre o resultado das investigações: "É a minha conclusão pessoal que, em qualquer acepção do termo, os presos da CIA foram torturados".
O documento de 525 páginas, que inclui parágrafos inteiro cobertos por tinta preta para proteger informações confidenciais, é um resumo da versão de 6.000 páginas mantida em sigilo e diz que a CIA impediu o Congresso e a Casa Branca a terem acesso às informações sobre o ocorrido e mentiu às autoridades.

O texto toma muito cuidado no uso da palavra "tortura", preferindo o eufemismo "técnicas reforçadas de interrogatório", que tinha sido adotado no governo do presidente George W. Bush.
O documento contém duras revelações sobre o programa secreto implementado pelo governo do presidente George W. Bush (2001-2009) para interrogar pessoas consideradas suspeitas de vínculos com a rede Al-Qaeda depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Os suspeitos foram submetidos a técnicas que incluíam afogamento simulado, detenção por longos períodos em posições incômodas, proibição de dormir, entre outros métodos aplicados em centros clandestinos mantidos pela CIA e na prisão da base militar de Guantánamo, em Cuba.
O documento, apresentado publicamente nesta terça-feira, afirma categoricamente que os métodos brutais de interrogatórios aplicados pela CIA "não foram uma maneira eficiente de obter informações precisas ou a cooperação dos detentos", e destaca que, apesar disso, a CIA sempre insistiu na eficácia do sistema.

A avaliação do Senado também denuncia que a agência de inteligência americana "não realizou uma contagem profunda e precisa do número de pessoas que prendeu e do número de detentos que não reuniam o mínimo de condições de serem detidos".
De acordo com o comitê investigador, a CIA "não estava preparada quando começou a operar seu Programa de Detenção e Interrogatório, mais de seis meses depois de ter recebido autorização para manter presos".

Além disso, os programas de "métodos melhorados de interrogatório" foram desenhados por dois psicológicos contratados. "No ano de 2005, a CIA dependia pesadamente de operações terceirizadas ligadas ao programa", diz o documento.

O texto também acusa a CIA de ter apresentado "informação incorreta" entre 2002 e 2007 ao Departamento de Justiça sobre o alcance e os efeitos da tortura, assim como impedir que o Congresso consiga supervisionar a aplicação deste método de interrogatório.
Desta forma, "a CIA impediu a supervisão pela Casa Branca e a tomada de decisões", prosseguiu o informe.

A própria administração do programa de interrogatórios por parte da CIA "complicou e, em alguns pontos, impediu" a ação de outros departamentos do Poder Executivo.

Um parágrafo do informe também destaca que "a CIA coordenou o vazamento de informação secreta para a imprensa, inclusive informação incorreta sobre a eficácia" dos interrogatórios sob tortura.
Pouco depois de divulgado o documento, o presidente Barack Obama publicou uma nota na qual afirmou que a tortura era "contrária aos nossos valores".

O governo que precisou planejar uma resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001 enfrentou "escolhas difíceis", disse Obama.
"Como já disse antes, nossa nação fez muitas coisas bem nestes anos difíceis. Mas ao mesmo tempo, algumas ações tomadas eram contrárias aos nossos valores", afirmou.

Por isso, acrescentou, "proibi a tortura quando assumi a Presidência".

O diretor da CIA, John Brennan, insistiu nesta terça-feira em que a aplicação de métodos brutais de interrogatório ajudaram a prevenir atentados.

Ele admitiu que erros foram cometidos, mas acrescentou que a revisão dos métodos iniciada pela própria CIA chegou à conclusão de que estes interrogatórios brutais "produziram informação de inteligência que ajudou a impedir ataques, capturar terroristas e salvar vidas".

Dirigentes do opositor Partido Republicano questionaram a conveniência da divulgação e o custo excessivo do informe (US$ 40 milhões) para os contribuintes americanos.

O informe sobre a investigação promovida pelo Senado e realizada entre 2009 e 2012 foi finalmente publicado, apesar do secretário de Estado, John Kerry, alertar na semana passada para o impacto negativo que poderia ter para os interesses americanos no mundo.

As embaixadas dos Estados Unidos amanheceram em alerta máximo por possíveis represálias antes da divulgação dessa investigação.

O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, também informou que as forças militares do país se encontram em "estado de alerta máximo".

"Ordenei aos comandantes que fiquem em estado de alerta máximo em todo o mundo", disse Hagel em declarações à imprensa durante uma visita inesperada a Bagdá.

Ele ressaltou que até o momento não foram identificadas ameaças concretas.

Fonte: www.istoedinheiro.com.br


terça-feira, 25 de novembro de 2014

O DATAMINING PODE MESMO AJUDAR INVESTIDORES?

            

James Crawford vê dinheiro em lugares estranhos, até escondido nas sombras produzidas por edifícios chineses em construção.
O ex-engenheiro do Google Inc. é parte de um grupo de empreendedores que vende análises de dados obscuros para operadores do mercado que estão sempre procurando obter vantagem, mesmo que mínima.
Em muitos casos, o valor ainda não foi provado, mas analistas dizem que há um mercado crescente entre investidores sofisticados interessados em partículas de informação que não estão amplamente disponíveis.
Um exemplo são as sombras dos prédios chineses que, segundo Crawford, podem ajudar a entender se o boom da construção do país está acelerando ou recuando. A empresa de Crawford, a Orbital Insight Inc., analisa imagens de satélites das obras em 30 cidades chinesas, com a meta de fornecer a operadores dados independentes para reduzir a dependência em estatísticas do governo. Crawford, que dirigiu o projeto do Google de digitalizar milhões de livros e torná-los pesquisáveis, diz que entre os primeiros clientes da empresa estão fundos de hedge bilionários, mas não revela nomes ou os preços que cobra.
A Orbital também vende análise de imagens de satélite de plantações de milho para estimar a produção e do tráfico em estacionamentos, que ajudam a prever as vendas do varejo e os resultados financeiros trimestrais de empresas como o Wal-Mart Stores Inc.
Outras firmas jovens querem usar as redes sociais, financiamento coletivo (ou "crowdfunding") e outros conjuntos de dados praticamente inexplorados para fornecer aos operadores informação em primeira mão e indicadores macroeconômicos.
"Há tanta correlação nos retornos do mundo da gestão de ativos que é cada vez mais importante encontrar formas de obter novos tipos de dados", diz Ronnie Sadka, professor de finanças da faculdade de administração Carroll, da Universidade Boston College.
Mas analistas alertam que os operadores devem ter cuidado. "Eu colocaria isso na categoria experimental", diz Paul Rowady, analista sênior da firma de pesquisa Tabb Group. "Esses produtos são atraentes na superfície, mas há um grande desafio para transformá-los em indicadores para realizar negócios." Só para a análise do tráfego em estacionamentos, a Orbital comprou um milhão de imagens de operadoras de satélites e construiu sistemas computacionais para gerar potenciais indicadores de transações a partir dos dados.
"Isso é apenas o começo", diz Crawford, que já foi vice-presidente sênior da Climate Corp., empresa de San Francisco que usa dados climáticos para ajudar agricultores a prever a produtividade da safra. A Monsanto comprou a empresa por mais de US$ 1 bilhão em 2013.
A Orbital Insight, cujos investidores iniciais incluem a empresa de capital de risco Sequoia Capital, do Vale do Silício, está em vias de receber até US$ 8 milhões em uma nova rodada de captação de recursos.
A Dataminr Inc., que vasculha cerca de 500 milhões de tweets por dia para buscar informações que mexam com o mercado antes que cheguem ao noticiário, foi uma das primeiras a crescer nesse campo. Fundada por três ex-colegas da Universidade Yale, ela está entre uma série de firmas que usa o migroblog Twitter Inc. como "fonte" da torrente de dados que seus servidores filtram todos os dias.
Os sistemas da Dataminr categorizam e analisam cada tweet em tempo real, separando o spam e comparando informação com outras fontes de notícias, preços de mercado, padrões climáticos e outros dados para determinar sua importância. Os sistemas também checam se um usuário em particular se mostrou confiável em certos assuntos no passado.
Em setembro, quando o jornalista independente Brian Krebs postou no Twitter que a varejista de materiais de construção americana Home Depot "poderia ser a mais recente vítima do vazamento de dados de cartão de crédito", os sistemas da Dataminr rapidamente identificaram o dado como "um sinal digno de nota" aos seus clientes.
O alerta foi para seus assinantes - entre eles 60 bancos e fundos de hedge - 15 minutos antes da informação chegar aos sites de notícias e antes que a ação da Home Depot caísse 2%.
"Não dá mais para ignorar as redes sociais como fonte de dados", diz Ted Bailey, diretorpresidente da Dataminr.
Um banqueiro sênior que assina os serviços da empresa diz que seus operadores viram a primeira informação sobre as bombas da Maratona de Boston em abril de 2013 no aplicativo da Dataminr para desktop. Eles ajudaram alguns clientes a fazer "hedge" em suas posições na bolsa de valores, que começou a cair logo depois que a mídia passou a cobrir o ataque.
"Os clientes têm cerca de 50 pessoas com quem falam todos os dias", diz ele. "É difícil se diferenciar dos demais. Ter melhores informações pode fazer uma grande diferença." Outra startup, a Premise Inc., realiza pequenos pagamentos - frequentemente na forma de crédito para celulares - para pessoas ao redor do mundo que monitoram preços de bens, dando uma ideia inicial para a empresa das mudanças das taxas da inflação e outros indicadores econômicos.
A ideia que move os dados macroeconômicos da Premise é que o mundo real é frequentemente diferente da narrativa oficial. A empresa distribui grande parte dos dados gratuitamente, mas ela tem alguns clientes financeiros que buscam pistas sobre a direção da inflação em lugares como Índia e China. A Premise tem pessoas contribuindo com dados em 68 cidades de 18 países.
"Em certas partes do mundo, não há fontes confiáveis de dados sobre as condições econômicas", diz David Soloff, diretor-presidente da Premise. "Nossa meta é alimentar a transparência."

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Contrainteligência da Policia Federal detecta possível ligação entre o Hezbollah (Líbano) e o Primeiro Comando da Capital (Brasil)

Documentos denunciam ainda suposto riscos de um atentado terrorista no Brasil; Facção brasileira tem acesso a armas libanesas e, em troca, oferecem proteção nos presídios do País




O jornal O Globo denunciou, neste domingo, que criminosos estrangeiros do grupo Hezbollah - movimento político e militar, xiita e libanês que se autodenomina "Partido de Deus" - construíram uma parceria com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua nos presídios brasileiros, principalmente em São Paulo. 
Segundo o jornal, relatórios produzidos pela Polícia Federal mostram que traficantes do grupo libanês abriram canais para o contrabando de armas destinadas ao PCC e ainda ajudou-os a intermediar uma negociação de explosivos. Em troca, os brasileiros prometeram dar proteção a integrantes dessa quadrilha que já estão detidos no Brasil.

A aliança teria começado a ser montada em 2006, mas as primeiras provas só foram descobertas dois anos depois. A notícia da associação criminosa surgiu de um informante da PF e a veracidade da informação foi confirmada pela área de inteligência, que monitorou alguns suspeitos em São Paulo e no Paraná. 
O trabalho de monitoramento feito pela PF inclui ainda missões para vigiar estrangeiros de origem libanesa que circulavam pelas cidades de Foz, Ciudad del Leste e Porto Iguazu, na Argentina. Os documentos reúnem desde listas de nomes e períodos de hospedagens em hotéis até registros de um suposto risco de atentado terrorista no Brasil.
No dia 28 de agosto de 2008, o relatório de inteligência assegura que recebeu informe de “fonte não comprovada” de que um estrangeiro “integrante de uma organização terrorista” estaria viajando para Brasília para executar plano de assassinato. Há ainda a descrição de ações na Ponte da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Para as autoridades americanas, a região de fronteira que separa Brasil Argentina e Paraguai sempre foi palco de atuação de grupos ligados ao terrorismo. Ainda segundo os EUA, o dinheiro do tráfico de drogas é uma das principais fontes de financiamento de entidades terroristas.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PF deflagra operação no RS contra fraude de R$ 22 milhões na Caixa

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (5) uma operação contra uma fraude superior a R$ 22 milhões na Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Sul. Nove mandados de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva (quando o suspeito pode ser  levado à força para prestar depoimento) em Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Estância Velha. A PF investiga crime contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

As investigações identificaram uma organização criminosa que utilizou, entre julho de 2012 a novembro de 2013, o nome de de 70 empresas para abertura de contas na Caixa, seguida da contratação de empréstimos com documentação falsa. O esquema era viabilizado pelo gerente de uma agência da instituição, que já foi afastado do cargo. Segundo a PF, ele também era beneficiado pela fraude. Um procedimento disciplinar interno já havia sido instaurado para apurar as suspeitas.


O esquema contou ainda, segundo a PF, com a ajuda de um correspondente da Caixa e de terceiros que se apresentavam como procuradores, intermediários ou consultores de empresas de "fachada", que adquiriam crédito bancário elevado e efetuavam saques ou transferências destinados a pessoas físicas ou empresas inadimplentes. Ao final, a conta se encerrava com saldo negativo.
As investigações também verificaram que os grupos envolvidos utilizaram duplicatas simuladas com especificações semelhantes para desconto e obtenção antecipada de crédito, mesmo sem apresentar características de atividade comercial.

Os envolvidos estariam ocultando bens de sua propriedade, registrando em nome de terceiros ou de pessoas do grupo familiar. Por isso, foram determinadas judicialmente medidas de sequestro de bens imóveis e veículos adquiridos.

Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bancários são suspeitos de envolvimento de fraude no Pronaf

Investigação federal tenta descobrir participação de servidores do Banco do Brasil no esquema, além da de sindicalistas e políticos


Bancários são suspeitos de envolvimento de fraude no Pronaf Reprodução/Reprodução

A Polícia Federal (PF) investiga a participação de servidores de agências do Banco do Brasil nas fraudes que podem ter prejudicado 6.309 agricultores no Rio Grande do Sul. Há suspeita de que o esquema, que envolveria dirigentes sindicais rurais e políticos, tenha movimentado R$ 104 milhões entre 2006 e 2012, sendo que R$ 85 milhões saíram do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A fraude estaria centrada na Associação Santa-cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac), entidade ligada ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A entidade recolheria procurações em branco assinadas por seus filiados. Por meio desses documentos, contrairia empréstimos via Pronaf, no Banco do Brasil. O dinheiro liberado iria parar nas contas da Aspac e, parte, seria repassada a contas particulares de dirigentes da entidade – sem que os agricultores soubessem. Muitos teriam descoberto que deviam ao banco sem ter usufruído de qualquer quantia dos empréstimos.
Pelo menos 376 não teriam recebido o financiamento feito em seu nome.
A PF tenta descobrir se os bancários que liberaram os empréstimos sabiam da fraude. Eles eram responsáveis pela análise e autorização dos contratos com pequenos agricultores, intermediados pela Aspac. Os funcionários do Banco do Brasil investigados são quatro de Santa Cruz do Sul (dois ex-gerentes gerais, um ex-gerente de relacionamento e um ex-gerente de negócios) e três servidores de Sinimbu (um ex-gerente-geral, um ex-gerente de relações e uma auxiliar). Todos intermediaram contratos com integrantes da Aspac, procuradores de agricultores. Os suspeitos foram transferidos.
Os envolvidos podem ser indiciados por gestão fraudulenta de instituição financeira – prevista no artigo 4 da Lei 7.492/86 –, com pena de reclusão de três a 12 anos.
Ministério Público Federal também analisa programa
Desde 2000, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou 2.220 procedimentos para investigar irregularidades no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A suposta fraude apurada no Rio Grande do Sul é mais um episódio de uma rotina dentro do MPF em todo o país. Do total de casos investigados, 581 já chegaram à Justiça.
Criado em 1996, o Pronaf financia operações de custeio e investimento para projetos individuais ou coletivos de agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa oferece condições diferenciadas em relação ao mercado. Para a safra 2014-2015, por exemplo, o governo federal liberou R$ 24,1 bilhões para essa linha, mantida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Revisão de transferências
A Divisão de Informações Estratégicas do Banco do Brasil abriu em janeiro uma auditoria que pretende revisar 24 mil transferências bancárias para agricultores, a maioria empréstimos do Pronaf. Há suspeitas contra os bancários que estão sendo investigados:
Inobservância dos níveis de risco nos contratos firmados com a Aspac e os agricultores.
Alteração de profissões de um mesmo correntista: a mesma pessoa se declara agricultor (e obtém um financiamento agrícola) e pecuarista (e obtém um empréstimo para comprar gado). Via de regra, o Pronaf faz um financiamento por pessoa ao ano.
Ausência de fiscalização dos contratos intermediados pela entidade.
Desvio da finalidade do Pronaf: foi tolerada a transferência de dinheiro das contas de agricultores para a Aspac, sem fornecimento de insumos agrícolas, considerado o objetivo maior do programa.
Contratos múltiplos: autorização para dois empréstimos a um agricultor em menos de 30 dias.
O que diz o Banco do Brasil, em nota
"Ao tomar conhecimento de indícios de irregularidades, foram iniciadas apurações internas para verificar reclamações relacionadas a operações do Pronaf em Santa Cruz do Sul, as quais ainda estão em andamento."

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Empresas precisam criar ambientes com menores riscos de fraude

      
Fraudes ocorrem de forma global e algumas empresas não tem ideia de que isso pode ocorrer diariamente em suas próprias relações, outras por sua vez, criam controles para tentar impedir que indivíduos entrem em seus negócios para cometer fraudes; e outras, ainda, terceirizam a segurança com a contratação de auditores externos. Essas táticas e estratégias ajudam, mas são limitadas. As empresas precisam criar ambientes com menores riscos de fraude. Para tal, as organizações, primeiro precisam entender sua própria ecologia corporativa — as inter-relações entre as pessoas e o local de trabalho — e desenvolver controles para a natureza desses sistemas.
Hoje, em um mundo cada vez mais interconectado, tecnologias digitais permitem que negociações sejam feitas em um piscar de olhos. Este ambiente ajuda a disfarçar as identidades e maquinações das pessoas que estão conduzindo o negócio. Desta forma, a fraude se torna mais sofisticada e evasiva. Diante desse cenário, o impacto da fraude nos negócios tem aumentado de forma similar.
Em sua pesquisa de 2014, a Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) estimou que as fraudes geram perdas anuais de 5% na renda de uma empresa, com custo médio — por incidente — avaliado em U$ 145 mil. As perdas globais em 2013 se aproximaram de U$3,7 trilhões.
Globalmente, a apropriação ilegal de bens representa a grande maioria da atividade fraudulenta, sendo aproximadamente 85% dos casos totais das fraudes ocupacionais em 2013, com um custo médio de U$ 130 mil por caso.
Fraude por declaração financeira foi mais raro — apenas 9% de casos registrados envolviam declarações financeiras incorretas, mas nesses casos, a perda estimada por incidente excedeu U$ 1 milhão. Uma curiosidade é que dois ou mais tipos desta fraude ocorreram juntas em 30% das vezes.
De acordo com o relatório da ACFE, os setores mais impactados pelas fraudes são os financeiros/bancos, governo e administração pública, e indústria; dentro desses setores, o imobiliário, mineração, e óleo e gás registraram as maiores perdas médias. No entanto, é importante notar que as fraudes diferem por regiões.
Enquanto que as declarações financeiras errôneas são as mais comuns nos Estados Unidos e Canadá, nas economias em desenvolvimento como as da América Latina e Ásia, a corrupção domina. Portanto, empresas operando em múltiplas jurisdições precisam levar em consideração diferenças regionais quando traçarem suas estratégias contra fraude.
Em outras palavras, não existe uma única medida a ser tomada para resolver todos os problemas em relação à fraude. Mesmo assim, por mais desafiante que seja desenvolver uma visão customizada, essa se torna crucial. Segundo a pesquisa da ACFE, mais da metade das empresas que registraram casos de fraude não recuperaram nenhuma de suas perdas, apenas 14% tiveram suas perdas recuperadas inteiramente.
Prevenção da Fraude
É quase impossível identificar um fraudador em potencial com qualquer grau de certeza. A maioria das pessoas que cometem fraude a estão praticando pela primeira vez. Apenas 5% dos fraudadores pegos tinham uma condenação anterior. Portanto, não importa o quão correto uma análise do passado é conduzida, a possibilidade de desmascarar uma pessoa que eventualmente vai roubar da empresa é muito pequena.
Isso não quer dizer que as empresas devem negligenciar a condução de análises nos processos de contratação. Da mesma maneira que é feito com auditores internos e externos, processos de seleção estão entre as primeiras linhas de defesa das empresas e precisam permanecer como práticas. Porém essas práticas não são tão eficientes como se acredita. As estatísticas da ACFE mostram que a auditoria externa, essencial para boa governança corporativa é o meio menos efetivo em controle de fraudes, detectando apenas 3% de fraudes, comparado com 7% que são descobertos por acidente. Já a implementação de controles internos é mais eficiente e obviamente, mais pró- ativa, do que auditores externos pós fato.
Esses controles devem incluir revisões de gerenciamento, análise de dados das transações em tempo real (ou o mais perto disso), programas desenvolvidos de denúncias, análises rigorosas de clientes e parceiros e uma vasta gama de estratégias de compliance, incluindo linhas para denúncias, entrevistas qualitativas com empregados e um processo para continuamente estar em contato com os funcionários. Essas estratégias não só auxiliam empresas a manter o controle dos seus negócios, como também ajudam a deter potenciais fraudadores que se aproveitam da falta de atenção de uma empresa para esse assunto.

Fonte: www.conjur.com.br

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aplicação até 40 salários mínimos não pode ser usada para pagar pendências judiciais

     


Brasília – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ampliou o leque de proteção a pessoas endividadas, em difícil situação financeira. Em recente sentença, a ministra Isabel Gallotti decidiu que qualquer aplicação financeira de até 40 salários mínimos (cerca de R$ 29 mil) não pode ser usada para pagar dívidas reconhecidas pela Justiça. Ela ressaltou que a quantia, "seja ela mantida em papel moeda, conta corrente ou aplicada em caderneta de poupança propriamente dita, CDB, RDB ou em fundo de investimentos, desde que seja a única reserva monetária em nome do recorrente, e ressalvado eventual abuso, má-fé ou fraude, a ser verificado caso a caso", merece ser mantida, porque poderá ser destinada a manter a família.

Isabel Gallotti fez questão de ressaltar que o objetivo "não é estimular a aquisição de reservas em caderneta de poupança em detrimento do pagamento de dívidas, mas proteger devedores de execuções que comprometam o mínimo necessário para a sua subsistência e a de sua família, finalidade para a qual não tem influência alguma que a reserva esteja acumulada em papel moeda, conta corrente, caderneta de poupança propriamente dita ou outro tipo de aplicação financeira, com ou sem garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)". O parecer foi emitido em resposta a um recurso especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). O órgão afirmava que os créditos trabalhistas de um cidadão, aplicado em fundo DI, não tinha caráter salarial e alimentar, por isso poderiam ser penhorados.

Segundo o advogado Nelson Lacerda, a medida trouxe equilíbrio e modernidade às decisões do STJ, tendo em vista que o Brasil vive momentos difíceis, de inflação e taxas de juros altas. "A poupança, nos últimos anos, não vem dando resultado positivo. Muitos investidores migraram para outras aplicações. Se trata de uma pequena quantia, guardada para emergências ou para evitar que o devedor caia na ruína absoluta", explicou. Lacerda afirmou que 98% dos débitos são cobrados por bancos e cartões de crédito e destacou que o amparo da lei é uma forma de resguardar a dignidade humana. "Na antiguidade, o devedor era preso e colocado como escravo. Em passado recente, chegou a ficar em situação que nem podia comer. Não se pode tirar tudo de uma pessoa", disse.

PROTEÇÃO Para o advogado Jacques Veloso, a intenção do STJ foi a melhor possível e, sem dúvida, deu mais liberdade ao poupador. "A princípio, a lei apenas protege o meio de subsistência, onde quer que esteja reservado, assim como já garantiu o direito à casa própria", disse. Alertou, no entanto, que a medida é polêmica. Quando se trata de disputa entre uma pessoa e um banco, uma parte é muito mais forte que a outra. "Nas situações entre particulares, porém, podemos nos deparar com situações injustas. O credor pode necessitar tanto do dinheiro quanto aquele que lhe deve. Além disso, é perigoso, porque todo o tipo de pessoa pode se valer desses argumentos", lembrou Veloso.

De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, "não é possível avaliar quantas pessoas foram ou serão beneficiadas pela medida". Informou, porém, que a decisão, da ministra Isabel Gallotti, embora específica para uma ação, serve de jurisprudência para decisões análogas.

Fonte: www.em.com.br

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

TJ mantém processo de improbidade administrativa contra ex-prefeito



Os desembargadores integrantes da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) negaram, à unanimidade de votos, o agravo de instrumento em favor de José Márcio Tenório de Melo, ex-prefeito do município de Maribondo, acusado de improbidade administrativa. O relator do processo foi o desembargador James Magalhães de Medeiros, presidente do órgão julgador.
A improbidade administrativa teria se dado pelo atraso durante três meses no pagamento de servidores municipais, excesso de despesas de pessoal e contratação irregular de novos servidores, confrontando o que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Analisando os autos, nota-se que a decisão de primeiro grau não merece reparos”, afirmou o desembargador relator ao destacar que há elementos mínimos suficientes para um aprofundamento da investigação sobre as irregularidades apontadas pelo Ministério Público Estadual.
O desembargador James Magalhães explicou que a exceção da Lei de Improbidade Administrativa é rejeitar a ação. “A excepcionalidade está na rejeição imediata da inicial, ou seja, ma extinção da demanda antes mesmo da produção probatória. Tal medida, por isso mesmo, somente pode ser adotada quando a leitura da inicial, por si só, evidenciar sua total inadequação ou fragilidade”, frisou.
A decisão de primeiro grau que tinha determinado a citação do réu para realização da instrução processual, já tinha sido apreciada liminarmente pelo desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza.
O relator James Magalhães destacou ainda que na decisão monocrática do desembargador Fernando Tourinho, foi considerado que os atos praticados pelo réu não respeitaram os índices legais, bem como ele não destinou as verbas de forma correta e legal.
O desembargador Fernando Tourinho foi relator e indeferiu liminar, tendo exemplificado o que ocorreu com os servidores da educação, que têm verba específica para pagamento de seus salários (FUNDEB), cujo agravante recebu e não repassou, como também não justificou o destino dela.
Em sua manifestação, o Ministério Público opinou pela manutenção da decisão de primeiro grau.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FMI: Lagarde é indiciada por negligência em caso de arbitragem



A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, anunciou nesta quarta-feira (27) à AFP que foi indiciada por "negligência" na investigação da polêmica arbitragem entre o empresário Bernard Tapie e o banco Crédit Lyonnais. Procurada pela AFP para saber se pretende renunciar ao cargo no FMI, a ex-ministra da Economia francesa foi taxativa e disse "não".

Washington ainda nesta tarde", afirmou. Lagarde foi interrogada na terça-feira por mais de 15 horas pelos magistrados da Corte de Justiça da República (CJR), instância habilitada para investigar os membros do governo por supostas irregularidades cometidas no exercício das funções.

"A comissão de instrução da CJR decidiu por meu indiciamento com base em uma simples negligência", disse à AFP no escritório de seu advogado, Yves Repiquet. "Depois de três anos de instrução e dezenas de horas de interrogatórios, a comissão se rendeu à evidência de que não fui cúmplice de nenhuma infração e se limitou a alegar que não teria sido suficientemente vigilante na arbitragem", completou.

O processo de arbitragem rendeu ao polêmico empresário Tapie uma indenização milionária. "Pedi a meu advogado que apresente todos os recursos a esta decisão, que considero totalmente infundada", completou.

A justiça investiga a sentença arbitral de 2008 que concedeu 400 milhões de euros a Bernard Tapie, sendo 45 milhões por danos morais, para acabar com uma longa disputa entre o empresário e o banco Crédit Lyonnais pela revenda da empresa de artigos esportivos Adidas.

Cinco pessoas são acusadas de "fraude em grupo organizado", incluindo o próprio Tapie e o ex-diretor de gabinete de Lagarde quando ela era ministra da Economia e atual conselheiro delegado da empresa de telefonia Orange, Stéphane Richard.

Os juízes tentam determinar se a sentença foi resultado de um "simulacro" de arbitragem organizado com o aval do governo da época, quando Nicolas Sarkozy era presidente do país. Em 2013, a justiça considerou Lagarde testemunha assistida, uma figura judicial que fica entre a simples testemunha e a acusação. Desde então, o FMI manifesta apoio a sua diretora. Lagarde, que poderia ser condenada à prisão e a pagar 15.000 euros de multa, é criticada por não ter apresentado um recurso contra a decisão da arbitragem.

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

terça-feira, 26 de agosto de 2014

TÉCNICAS DE ESPIONAGEM AJUDAM ADVOGADOS


Com ajuda do ex-advogado e jornalista investigativo Glenn Greenwald, o ex-analista da CIA Edward Snowden expôs ao mundo a espionagem em série e em massa praticada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA contra populações mundiais.

O governo estadunidense usa técnicas de espionagem exclusivas do Estado conhecidas como SIGINT (Signals Intelligence) ou Inteligência de sinais que são o acesso e análise de dados e metadados coletados a partir do monitoramento de servidores da Internet, computadores pessoais, satélites de comunicação, cabos submarinos de fibra ótica e sistemas de telefonia fixa e móvel, nacional e estrangeira.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

BARROSO ANULA DECISÃO DE BARBOSA SOBRE BENS DE MARCOS VALÉRIO



Mais uma decisão do ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi anulada após sua saída; decisão do ex-ministro que determinava leilão dos bens do empresário Marcos Valério, condenado na Ação Penal 470, o chamado mensalão, foi anulada pelo ministro Luís Roberto Barroso; entendimento é de que a decisão deveria ser tomada pelo juiz responsável pela Vara de Execuções Penais, não pelo STF; todos os bens de Marcos Valério estão bloqueados desde a fase de investigação do processo do mensalão para garantir o ressarcimento aos cofres públicos


André Richter, da Agência Brasil - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso anulou decisão do ex-ministro Joaquim Barbosa que determinou o leilão dos bens do empresário Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão na Ação Penal 470, o chamado mensalão. Barroso entendeu que a decisão deveria ser tomada pelo juiz responsável pela Vara de Execuções Penais, não pelo STF.
A decisão de Barbosa foi assinada no dia 10 de junho. No dia 17 do mesmo mês, ele renunciou à relatoria das execuções das penas do processo do mensalão. Na ocasião, o ex-presidente do Supremo determinou o leilão de imóveis e carros de luxo para ressarcir os cofres públicos, além de entender que Valério não poderia pagar a multa de R$ 4,4 milhões, cobrada em função da condenação, com os bens bloqueados. A decisão também atingiu a ex-mulher de Valério, Renilda Santiago, e os ex-sócios dele, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach,
No despacho, Barroso, atual relator das execuções, afirmou que, conforme decisão do plenário da Corte, a competência para decidir a questão é da Justiça de Primeira Instância. "Nos termos do que foi decidido pelo plenário e ratificado na sessão de 25/06/2014, já sob a minha relatoria, todas as matérias que esta Corte não tenha expressamente reservado para si deverão ser conduzidas pelo juízo competente para a execução. Por essa razão, torno sem efeito a decisão, sem que isso importe em qualquer juízo acerca do seu mérito", decidiu Barroso.
Todos os bens de Marcos Valério estão bloqueados desde a fase de investigação do processo do mensalão para garantir o ressarcimento aos cofres públicos.

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/150524/Barroso-anula-decis%C3%A3o-de-Barbosa-sobre-bens-de-Marcos-Val%C3%A9rio.htm 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA REALMENTE ATENDE OS TOMADORES DE DECISÃO?

Não basta ter um processo de Inteligência. É preciso gerar Vantagens Competitivas para a organização


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Para quem tem lido, estudado ou trabalhado com inteligência competitiva, se torna difícil negar o visível crescimento do uso de práticas de inteligência nas organizações brasileiras. Não quero me basear em uma série de pesquisas acadêmicas que tenho visto, mas mesclar isso com o dia a dia de executivos de grandes corporações, para formular um questionamento que intriga: as áreas de inteligência, ou processos, ou equipes têm entregue aos executivos e suas companhias algo que realmente gere resultados e valor para os negócios destas companhias?

A inteligência competitiva, ou de mercado, no âmbito dos negócios de uma organização, deve ser percebida como eficaz se o esforço de captura, análise e interpretação de informações relevantes geram de fato ações dos executivos que recebem estas análises e informações. A inteligência tem sua missão alcançada quando ela consegue, através de uma forma contínua de captura e análise de informações, gerar vantagens competitivas sustentáveis. Caso o processo de monitoramento do ambiente de negócios não gere isso, é preciso verificar onde estão os gaps e necessidades de ajuste.

O fato de ter um processo de inteligência na organização é um excelente passo, mas a preocupação constante é com o que gera este processo e que utilização estão fazendo os executivos dos outputs deste processo. A Palm mantinha um processo de inteligência. A Polaroid manteve durante tempos um grande sistema de informações de marketing e por aí vai.

Não se chega a uma tese de doutorado, mas através de observações mais empíricas da atuação das áreas de inteligência em empresas brasileiras e multinacionais no Brasil, se consegue identificar que os executivos esperam das áreas e profissionais de inteligência:

- Geração de vantagens sobre a competição;

- Geração de cenários de futuro e os impactos se estes cenários se concretizarem;

- Execução de fluxo contínuo de informações e conhecimentos estratégicos sobre o ambiente de negócios;

- Suporte às decisões críticas da organização.


E ao mesmo tempo, observa-se que as áreas e profissionais de inteligência tem como prioridades e alocação maior de tempo:

- A captura e organização de informações;

- A tentativa contínua de captura de informações primárias junto às áreas da organização;

- Montagem e implementação de tecnologias de informação para processamento e cruzamento das informações;

- Compartilhando tempo com tudo isso, a análise de informações.

Quer me parecer que se este modelo e essas distribuições são as vigentes na sua organização, tenha cuidado para não frustrar as expectativas dos seus executivos.


Fonte: http://www.amanha.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7386:os-executivos-sao-realmente-atendidos-pelas-areas-de-inteligencia&catid=109:inteligencia-competitiva-por-eduardo-lapa&Itemid=171

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

EXISTE DESINFORMAÇÃO E OPERAÇÕES PSICO-INFORMATIVAS PARA A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS?



Será que o PT involuntariamente joga “a favor” da privatização da Petrobrás?

É o que parece ao sucateá-la com tantos contratos de compras mal-feitas, torná-la um cabide-de-empregos terceirizados de caros e corruptos contratos que beneficiam diretores e ex-diretores, donos ocultos de empresas de serviços não essenciais e com a intervenção prejudicial do Estado brasileiro na política de preços dos combustíveis, desafiando a lei do mercado.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Homem mais procurado do mundo, Snowden diz que o pior da NSA ainda está por vir

Edward Snowden
Snowden será capa da revista Wired de setembro, em uma longa reportagem intitulada "The Most Wanted Man in the World" ("O Homem Mais Procurado em todo o Mundo", na tradução livre) - e também em uma das melhores entrevistas já feitas com o delator do esquema de espionagem dos EUA.

Na verdade, não foi exatamente uma entrevista, mas sim uma conversa com ninguém menos que James Bamford, um dos jornalistas que ficaram conhecidos por divulgar os primeiros relatos de vigilância e monitoramento da agência.

Bamford havia tentado marcar um encontro com Snowden em Berlim, Nova York e até no Rio de Janeiro, mas viajou só agora para Moscou, na Rússia, onde o ex-agente ficará asilado por mais três anos. Durante três dias inteiros, os dois discutiram vários assuntos, entre eles a rotina quase secreta de Snowden na capital russa e de um poderoso programa da NSA capaz de eliminar ameaças como malwares automaticamente, como estratégia de ciberdefesa. Separamos os principais pontos do bate-papo entre Snowden e Bamford.



Snowden aparenta ser um estudante de faculdade



Edward Snowden

Nas palavras de Bamford, Snowden, que está prestes a completar 31 anos de idade, é descrito da seguinte maneira: "Ao entrar no quarto, ele [Snowden] joga sua mochila na cama, ao lado de seu boné de beisebol e um par de óculos escuros. Ele parece magro, quase raquítico, com um rosto estreito e a leve sombra de um cavanhaque, como se tivesse crescido ontem. Ele tem sua marca registrada - óculos Burberry com lentes retangulares. Sua camisa azul pálido parece ser pelo menos um tamanho maior do que seu número normal, o cinto é bem apertado e ele usa um par de sapatos de bico preto da Calvin Klein. No geral, ele tem a aparência de um estudante do primeiro ano de graduação".



Snowden revelou a espionagem da NSA por causa do chefe da agência



Muita gente ainda se pergunta o que teria motivado Edward Snowden a divulgar os inúmeros documentos que comprovam um gigantesco esquema de vigilância online controlado pela NSA. Snowden comentou em entrevistas anteriores suas razões, e novamente as reforçou para James Bamford: o depoimento desonesto do diretor de inteligência da entidade, James Clapper, que disse ao Senado americano em março de 2013 que a agência coleta informações de milhões de cidadãos de forma "não-consciente".
"Eu acho que estava lendo algo no jornal no dia seguinte, conversando com colegas de trabalho sobre aquilo, dizendo 'dá para acreditar nisso?", comentou. Foi a partir daí que Snowden resolveu contar ao mundo o que acontecia nos bastidores da NSA, mas que preferiu guardar essas informações até a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos por acreditar que seu governo mudaria as ações praticadas pela agência. Como isso não aconteceu, meses depois Snowden contou os segredos da entidade.



Ao ser reconhecido pelos russos, Snowden diz "shh" para eles



Edward Snowden


Na última semana, Edward Snowden conseguiu estender seu asilo político na Rússia até 2017, quando ele e 
seu advogado esperam ampliar esse período para garantir ao americano cidadania russa - ele precisa passar cinco anos morando e trabalhando no país para isso. Como toda pessoa normal, Snowden às vezes precisa sair de casa para ir ao supermercado ou dar uma volta pelas ruas de Moscou. E é claro que algumas pessoas o reconhecem, tamanha foi sua visibilidade logo depois das denúncias sobre a NSA.
Toda vez que alguém sabe que aquele é Edward Snowden - não se sabe se ele sai disfarçado ou como Snowden mesmo -, ele afirma que tem uma maneira peculiar de responder: ele coloca seu dedo nos lábios e diz "shh", como se pedisse que a pessoa guardasse segredo. Ele ainda troca algumas palavras, revela sua identidade, sorri e vai embora, como se nada tivesse acontecido. Atualmente, Snowden vive em um lugar que nem mesmo seus parentes ou amigos mais próximos sabem onde fica.



A NSA está criando um programa que elimina malwares automaticamente


Snowden já havia divulgado alguns programas usados pela agência americana para espionar milhões de pessoas em todo o mundo - o mais famoso deles é o PRISM, que teria sido usado por várias empresas de tecnologia para ajudar a entidade a coletar informações dos usuários. Só que o governo também planeja se proteger de possíveis ataques e ameaças virtuais. Para isso, o ex-técnico alega que o órgão de inteligência está desenvolvendo um software que acaba com malwares de forma instantânea, antes mesmo de infectarem as máquinas, e sem a necessidade de humanos para ser ativado.
O tal programa se chama MonsterMind. De acordo com Snowden, ele escaneia os dados da web para identificar sinais de potenciais ataques em progresso e, uma vez detectada a ameaça, o software pode bloqueá-la ou eliminá-la por completo. Snowden afirma que o objetivo da NSA com esse programa é parar efetivamente qualquer tráfego considerado malicioso pela agência, independente de sua origem (nacional ou estrangeira). Não se sabe quando o projeto será de fato implantado pela entidade.
Snowden acredita que o MonsterMind representa "a maior ameaça à privacidade" e poderia "acidentalmente iniciar uma guerra", já que, para que o sistema funcione, a NSA teria que primeiro ter (secretamente) acesso ao banco de dados de quase todas as comunicações privadas dentro e fora dos EUA. "Você poderia ter alguém na China tentando simular que um ataque é originário da Rússia. Ou seja, vamos acabar jogando a culpa em [por exemplo] um hospital russo. O que acontece a seguir?", questiona.



A NSA foi responsável pelo blackout da internet na Síria em 2012



Edward Snowden

Em 29 de novembro de 2012, a Síria, que estava em plena guerra civil, teve seu acesso à internet bloqueado, e todos os 84 blocos de endereços de IP referentes ao país ficaram inacessíveis por dois dias. Na época, a suspeita era de que terroristas e rebeldes contra o presidente Bashar al-Assad teriam causado o apagão, mas segundo Snowden, que na época ainda trabalhava para o governo norte-americano, a culpa foi da NSA.
O ex-técnico diz que hackers de elite da agência invadiram um dos roteadores centrais de uma operadora da Síria para tentar instalar um malware. O objetivo era obter acesso total aos dados sobre o tráfego de internet - especialmente os serviços de e-mail -, em meio à guerra que acontecia no país. Só que o plano deu errado e o ataque acabou inutilizando o roteador e deixou o país inteiro sem internet. Depois do ocorrido, a NSA teria tentado reparar o dano e apagar os traços de sua ação, mas não conseguiu. Meses depois, em maio de 2013, a Síria saiu do ar novamente, mas não se sabe se por autoria da NSA.



A NSA acredita que Snowden teve acesso a 1,7 milhão de documentos secretos


Apesar de não ter todos os arquivos em mãos, Snowden acredita que a NSA acha que ele visualizou 1,7 milhão de documentos da agência americana. Ele especula que o governo acredita que todo o material roubado (e visualizado) contém segredos "profundamente prejudiciais" que ainda não foram divulgados ao público. "Eu acho que eles acham que há alguma coisa lá dentro que significaria a morte política deles. O fato das investigações governamentais terem falhado - eles não sabem o que foi pego e continuam jogando esses números ridiculamente grandes - significa para mim que, em algum momento na avaliação de danos, eles devem ter visto algo e pensaram "p*** m****". E eles acham que isso ainda vai vazar", disse.


Fonte: http://canaltech.com.br/noticia/personalidades/Homem-mais-procurado-do-mundo-Snowden-diz-que-o-pior-da-NSA-ainda-esta-por-vir/#ixzz3AOaQSkVE 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Contadora de doleiro diz que empresas sabiam de fraude

      


A contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, revelou em depoimento à Polícia Federal detalhes sobre pagamentos por serviços de consultoria de firmas do doleiro feitos por empresas que, segundo ela, sabiam que estavam contratando uma fraude. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Meire citou o caso da Mendes Júnior,  integrante de um consórcio que fez obras na refinaria da Petrobras em Paulínia (SP), pelas quais recebeu pouco mais de R$ 1 bilhão.

A Mendes Júnior pagou R$ 3,8 milhões para GFD Investimentos, empresa de fachada do doleiro que oferecia consultorias, mas segundo o Ministério Público Federal, esse dinheiro ficou com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e com o doleiro.

De acordo com a contadora, ela própria chegou a alertar um executivo que trabalhava com Youssef sobre a impossibilidade de a GFD emitir nota fiscal. O executivo, chamado João Procópio de Almeida Prado, teria respondido, segundo ela: "A Mendes Júnior vai providenciar tudo".

Meire revelou ainda que empresas como Sanko Sider,  OAS, a Galvão Engenharia e a Unipar contratavam empresas de Youssef que só existiam no papel. A Sanko, maior fornecedora de tubos para a Petrobras, pagou R$ 24,1 milhões a uma empresa de fachada do doleiro, que tinha além da GDF, outras quatro empresas que não existiam: MO Consultoria, a Empreiteira Ridigez, a RCI Software e Hardware e a RP Montagens Industriais.

Aos policiais, ela confessou que passou notas de sua empresa, a Arbor Consultoria, para clientes do doleiro.  Em outro trecho do depoimento, ela disse ainda que Enivaldo Quadrado, sócio da corretora Bônus Banval e um dos condenados no processo do mensalão, era o diretor-financeiro do doleiro. Quadrado foi condenado por ter usado a corretora para repassar recursos para o PP.
Ao jornal, as empresas Mendes Júnior, OAS, Galvão e Unipar afirmam desconhecer o depoimento. A Sanko diz que a contadora não é testemunha e sim uma investigada e que os serviços de Youssef que contratou foram prestados.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CERCA DE 1% DA POPULAÇÃO PODE SER MAIS RICA DO QUE DECLARA

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A riqueza dos super ricos está subestimada, apontam pesquisas de economistas do BCE e do Banco Mundial

Infomoney - Levantamentos mostram que 1% da população global é, literalmente, rica de modo desmedido. Desta maneira, muitos países são privados de bilhões em receita fiscal e os dados sobre as mudanças na desigualdade mundial ficam mais obscuros.
De acordo com pesquisas realizadas pelo economista Philip Vermeulen, do Banco Central Europeu, e por Gabriel Zucman, da London School of Economics, a riqueza dos super ricos - escondida com refúgios tributários e omissão em questionários - está subestimada. O levantamento do Banco Mundial mostra que a correção dessas falhas nos dados de renda quase anula o progresso realizado entre 1988 e 2008 na redução da brecha entre os ricos e os pobres do mundo.
"Desconfiamos que cerca de 1% da população mundial é mais rica do que declara, porque havia certa deliberação em declarar dados inferiores aos reais", explicou Joseph Stiglitz, economista vencedor do prêmio Nobel. "Há uma noção crescente de que o nosso sistema é especulativo e injusto", completou.
O fracasso em obter uma melhor noção da quantidade real de riqueza e de renda significa que os economistas e os responsáveis pelas políticas econômicas não têm uma compreensão adequada do grau de disparidade, o que representa um obstáculo para lidar com a questão. Por exemplo, saber que os lucros e ativos estão mais concentrados poderia aumentar o apoio à mudança da estrutura tributária, afirmou Zucman.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dez dicas de como se prevenir contra as fraudes de boleto bancário




No começo do mês, a empresa de segurança eletrônica RSA identificou
uma fraude na internet, que gira em torno de R$ 8,5 bilhões. Chamada “gangue do boleto”, o grupo infectou cerca 192 mil computadores com vírus que, uma vez instalado no computador, alteravam o número do boleto original para um dos falsos distribuídos pela gangue.

Para evitar essa e alguns outros tipos de fraude, Luz Antonio Sacco, Diretor Geral da SafetyPay, plataforma de pagamento digital, explica alguns métodos devem ser colocados em prática para que o consumidor não caia nesse tipo de armadilha, principalmente nas compras do eCommerce.

1. Atente-se à patente do site em relação à segurança, verifique se a página apresenta os principais certificados que garantem credibilidade;

2. Procure checar a reputação dos sites, principalmente quando estiver diante de preços que estão muito abaixo dos praticados no mercado. Hoje existem empresas que consolidam informações e experiências de compras de outros clientes;

3. Dê preferências a transações de pagamentos que são realizados na sua instituição bancária (internet banking), pois são muito mais seguros;

4. Seja extremamente cuidadoso com links desconhecidos recebidos em e-mails. Evite abri-los, pois em geral contém vírus que podem capturar seus dados;

5. Busque informações sobre a empresa responsável pela etapa final de pagamento e o número de checagens que comprovem a credibilidade para compra;

6. Compre apenas em lojas online que possuem em sua página o contato do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). De preferência faça o contato com a empresa

7. Estabeleça uma rotina para checagem dos extratos da conta bancária e do cartão de crédito para averiguar se não há lançamentos suspeitos;

8. Nunca forneça os dados do cartão de crédito em sites sem conexão segura ou em e-mails não criptografados;

9. Realize checagens frequentes no computador, utilizando e atualizando os programas de anti vírus;


10. Jamais realize compras ou pagamentos por meio de computadores de terceiros ou de redes Wi-Fi públicas.

Fonte: www.maxpressnet.com.br

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

E-COMMERCE: VEJA COMO EVITAR FRAUDES BANCÁRIAS E DE CARTÕES DE CRÉDITO

O Brasil é quinto país no ranking mundial de golpes com cartão de crédito. Saiba como se proteger

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Do Infomoney – O e-commerce trouxe muitas vantagens para os consumidores: é possível fazer compras sem sair de casa, pesquisar os melhores preços e até adquirir produtos de outros países. Por outro lado, a quantidade de pessoas que sofrem com fraudes no cartão de crédito subiu.
O Brasil é quinto país no ranking mundial de golpes com cartão de crédito, ficando atrás dos Estados Unidos, México, Emirados Árabes e Reino Unido, sendo que um levantamento da Fundação Procon revela que um em cada três brasileiros já sofreram com algum tipo de fraude nos últimos cinco anos.
Segundo informações da Serasa Experian, o País teve prejuízos de R$ 2,3 bilhões em 2013 por causa de fraudes, sendo cerca de R$ 500 milhões em e-commerce e mais de R$ 600 milhões em operações bancárias.
O diretor da Lyra Network, empresa especializada na transmissão segura de transações financeiras, Jerome Pays, lembra que, apesar de ser uma dor de cabeça para o consumidor, quem sofre com as fraudes são os comerciantes, que arcam com 100% dos custos. "Os bancos se livram da responsabilidade afirmando que não tem como garantir que o consumidor é o dono do cartão que está sendo utilizado, já que não é preciso digitar a senha", explica.
Mesmo assim, não custa nada tomar alguns cuidados quando for fazer compras pela internet. Confira:
E-mail
É muito comum que as pessoas recebam newsletters ou e-mails promocionais de lojas conhecidas de varejo. Porém, em e-mails falsos, quando o consumidor clica no link, ele é direcionado para um site falso.
Símbolos
Quando for digitar os dados do cartão, confira se na frente da barra do endereço tem o desenho de um cadeado. Ele é o Certificado de Segurança Digital ou SSL, um arquivo de computador que contém informações referentes à loja.
Outro símbolo que pode aparecer na hora da compra é do PCI DSS – normas que garantem boas práticas no uso, manuseio e armazenagem de dados de cartão de crédito. O logotipo só aparece nos sites das empresas que cumprem as regras estabelecidas de segurança.
3D Security
As operadoras de cartão estão começando a utilizar a o sistema de segurança para pagamento 3D Security, que direciona o consumidor para o site do seu próprio banco na hora de realizar o pagamento. Dessa forma, a instituição verifica os dados do comprador e solicita senha e token. Segundo Pays, esse método é mais utilizado na Europa e os consumidores acreditam que traz mais segurança na hora de comprar pela internet.
Smartphone
Com os dispositivos inteligentes, o consumidor e o banco conseguem se comunicar com maior facilidade. Algumas instituições oferecem serviço de SMS que avisa quando acontece alguma movimentação na conta do cliente ou o quando o cartão é utilizado.
Pague com um clique
Outra medida que está começando a ser utilizada para evitar fraudes é o one-click-buying (pagamento com um clique, em tradução livre). A tecnologia funciona por meio do armazenamento de dados, evitando que os consumidores tenham que preencher formulários toda vez que forem efetuar uma compra.

Fonte: http://www.brasil247.com