sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Inteligência Empresarial - Sun Tzu, o Pai da Espionagem




Nos textos antigos do general Sun Tzu (século V a.C.), mais especificamente no capítulo XIII de sua obra A Arte da Guerra intitulado O emprego de espiões, encontramos verdadeiro manual de espionagem que, por sua técnica e objetividade, é considerado o primeiro tratado sobre a Atividade de Inteligência e de implementação de um sistema de coleta de informações por estadistas e comandantes-em-guerra.
É um capítulo breve, porém, importantíssimo, que merece ser transcrito na íntegra:

“Constituir um exército com 100 mil homens e fazê-lo percorrer grandes distâncias impõe grandes perdas ao povo e drena os recursos do Estado. A despesa diária deverá chegar a mil onças de prata. Haverá distúrbios internos e externos e homens cairão exaustos nas estradas. Mais de 700 mil famílias serão dificultadas em seu trabalho.
Exércitos adversários podem enfrentar-se durante anos, lutando pela vitória, que é decidida num só dia. Dessa forma, continuar na ignorância da condição do inimigo, apenas porque alguém se recusa a desembolsar uma centena de onças de prata em hornas e recompensas, é o cúmulo da desumanidade.
Quem age assim, não lidera homens, não serve de ajuda ao seu soberano, não é o artífice da vitória. O que possibilita ao soberano inteligente e ao bom general atacar, vencer e conquistar coisas além do alcance de homens comuns é a previsão. Ora, essa previsão não pode ser extraída da coragem; nem também por indução decorrente da experiência, nem por qualquer cálculo realizado.
O conhecimento das disposições do inimigo só pode ser conseguido de outros homens. O conhecimento do espírito do mundo tem de ser obtido por adivinhação; a informação sobre a ciência natural deve ser procurada pelo raciocínio intuitivo; as leis do universo podem ser comprovadas pelo cálculo matemático; mas, as disposições do inimigo só são averiguadas por espiões e apenas por eles.
Daí o emprego de espiões, que se dividem em cinco tipos: espiões locais; espiões internos; espiões convertidos; espiões condenados; espiões sobreviventes.
Quando esses cinco tipos estão todos agindo, ninguém pode descobrir o sistema secreto. Chama-se a isso “a manipulação divina dos fios”. É a  faculdade mais preciosa de um soberano.
Ter espiões locais significa empregar os serviços de habitantes de um distrito. Em país inimigo, conquistam-se as pessoas com bom tratamento, empregando-as como espiãs.
Ter espiões internos significa usar os funcionários do inimigo. Homens direitos que foram rebaixados no emprego; criminosos que sofreram penas; também concubinas favoritas, gananciosas de ouro; homens ofendidos por estarem em posições subalternas ou preteridos na distribuição de cargos; outros ansiosos para que seu lado seja derrotado e, assim, possam ter uma oportunidade de exibir sua capacidade e talento, volúveis vira-casacas que sempre estão em cima do muro. Funcionários dessas várias espécies devem ser abordados secretamente e atraídos pela concessão de presentes caros. Para isso, devemos ser capazes de descobrir a situação dos negócios no país inimigo, averiguar os planos preparados contra nós e, ainda mais, perturbar a harmonia e criar uma separação entre o soberano e seus ministros. Porém, há necessidade de extrema cautela ao lidar com espiões internos.
Ter espiões convertidos quer dizer apoderar-se de espiões do inimigo e empregá-los para nossos próprios fins; Fazendo grandes subornos e promessas liberais, nós os afastamos do serviço do inimigo e os induzimos a fornecer-lhe informações falsas e, ao mesmo tempo, espionar seus compatriotas.
Ter espiões condenados significa fazer certas coisas às claras, com o objetivo de enganar e permitir aos nossos próprios espiões tomar conhecimento e, quando traírem, comunicarem o que sabem ao inimigo. Faremos coisas calculadas para enganar nossos próprios espiões, que devem ser levados a acreditar que foram reveladas inconscientemente. Então, quando esses espiões tiverem sido capturados por trás das linhas inimigas, farão um relatório totalmente falso, levando o inimigo a tomar medidas adequadas, apenas para chegar à conclusão de que fizemos uma coisa muito diferente. Os espiões, por causa disso, serão mortos.
Finalmente, espiões sobreviventes são os que trazem notícias do acampamento inimigo. Esta é uma espécie comum de espiões, que devem constituir parte regular do exército. Seu espião sobrevivente deve ser um indivíduo de grande sagacidade, embora no aspecto pareça bobo; externamente desprezível, mas, com uma vontade de ferro. Deve ser ágil, robusto, dotado de força física e coragem, inteiramente acostumado a toda espécie de trabalho sujo, capaz de suportar fome, frio e conspirar com a vergonha e a ignomínia.
Jamais haverá em todo exército relações mais íntimas que as mantidas com os espiões. Nenhuma outra relação deverá ser mais liberalmente recompensada. Em nenhuma outra deverá haver maior segredo.
Os espiões não podem ser empregados utilmente sem um certo grau de sagacidade intuitiva. Antes de empregar espiões, devemos ter certeza de sua integridade de caráter e do tamanho de sua experiência e habilidade. Um rosto atrevido e uma disposição ladina são mais perigosos que montanhas ou rios; é preciso ser gênio para penetrar em ambos.
Eles não podem ser adequadamente usados sem benevolência e franqueza.
Sem uma sutil engenhosidade mental não se pode ter certeza da autenticidade dos seus relatórios.
Seja sutil ! Seja sutil! E empregue seus espiões em toda a espécie de atividade.
Se uma notícia secreta é divulgada por um espião antes da hora, ele deve ser morto junto com quem recebeu a notícia.
Se o objetivo for esmagar um exército, agitar uma cidade ou assassinar alguém, será sempre necessário descobrir os nomes dos assessores, ajudantes-de-campo, porteiro e sentinelas do comandante-em-chefe. Nossos espiões devem ser empregados nessa tarefa.
O espião do inimigo que chegar até nós deve ser descoberto, tentado com suborno, deixado livre e confortavelmente abrigado. Assim, se tornará um espião convertido e à nossa disposição.
É por meio da informação trazida pelo espião convertido que somos capazes de conseguir e empregar espiões locais e internos. Devemos atrair o espião convertido para o nosso serviço, porque é ele quem sabe quais os habitantes locais gananciosos e quais os funcionários sensíveis à corrupção.
É graças à sua informação, ainda, que podemos fazer o espião condenado levar informações falsas ao inimigo.
Finalmente, é graças à sua informação que o espião sobrevivente pode ser empregado em determinadas ocasiões.
A finalidade e a intenção de espionar em todas as cinco variedades é o conhecimento do inimigo; e esse conhecimento só pode advir, em primeira instância, do espião convertido.
Não só ele, pessoalmente, fornece a informação, como torna possível usar as outras espécies de espiões com vantagem. Portanto, é essencial que o espião convertido seja tratado com a máxima liberalidade.
Na antiguidade, o surgimento da dinastia Yin deveu-se a I Chi, que serviu sob a Hsia. Da mesma forma, o nascimento da dinastia Chou foi possível graças a Lu Ya, que serviu sob o Yin.
Dessa maneira, apenas o governante esclarecido e o general criterioso usarão as mais dotadas inteligências do exército para a espionagem, obtendo, dessa forma, grandes resultados.
Os espiões são os elementos mais importantes de uma guerra, porque neles repousa a capacidade de movimentação de um exército”.

A clareza do texto antigo do general chinês Sun Tzu dispensa explicações senão um comentário para adaptar suas recomendações a contemporaneidade: O sistema de Inteligência idealizado pelo general chinês da antiguidade era uma rede de espionagem que servia para fins militares e está baseado exclusivamente em Inteligência humana (HUMINT) ou fontes humanas de Inteligência, afinal, na época de Sun Tzu não havia rádio, satélite, televisão nem Internet.
No mundo contemporâneo da Era da Informação, apesar da existência e proliferação das fontes eletrônicas como a Open Source Intelligence (OSINT) ou fontes abertas de inteligência, Imagery Intelligence (IMINT) ou inteligência de imagens, Signals Intelligence (SIGINT) ou inteligência de sinais e sua variante Communications Intelligence (COMINT) ou inteligência de comunicações, as pessoas ainda são indispensáveis a um bom trabalho de Inteligência.

Fonte: MONTALVÃO, Marcelo de; INTELIGÊNCIA & INDÚSTRIA: Espionagem e Contraespionagem Corporativa - Capítulo 02 - 2015.

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Inteligência Empresarial - Técnicas de Espionagem Ajudam Advogados

  

Com ajuda do ex-advogado e jornalista investigativo Glenn Greenwald, o ex-analista da CIA Edward Snowden expôs ao mundo a espionagem em série e em massa praticada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA contra populações mundiais.

O governo estadunidense usa técnicas de espionagem exclusivas do Estado conhecidas como SIGINT (Signals Intelligence) ou Inteligência de sinais que são o acesso e análise de dados e metadados coletados a partir do monitoramento de servidores da Internet, computadores pessoais, satélites de comunicação, cabos submarinos de fibra ótica e sistemas de telefonia fixa e móvel, nacional e estrangeira.

No Brasil, espionagem militar em tempos de guerra é crime punido com pena de morte e a espionagem corporativa, definida como crime de concorrência desleal, é punida com penas brandas que geralmente não levam ninguém a cadeia. E escutas telefônicas ou interceptação de mensagens eletrônicas, sem autorização da justiça, configuram crime grave previsto no artigo 10 da Lei nº 9.296/1996: “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa”.

Essas técnicas de espionagem são prerrogativas do Estado.

Mas, existem técnicas de espionagem – assim chamadas porque também praticadas pelo serviço secreto – que não configuram crime nem tampouco infração ética e que podem revelar os segredos guardados pelos adversários.

Estou falando da OSINT (Open Source Intelligence) ou Fontes abertas de Inteligência, dados de domínio público ou publicados em jornais e revistas, e da HUMINT (Human Intelligence) ou Fontes humanas de Inteligência, desde que não sejam empregados do adversário.

Material descartado e bens abandonados (lixo) também revelam segredos.

Analistas de Inteligência Competitiva (IC) e jornalistas investigativos se valem dessas fontes de Inteligência justamente porque, além de eficazes, não representam crimes nem tampouco infração de ordem ética.   

Advogados contratam empresas de serviços de Informação, Inteligência e Investigações para ajudá-los com suporte a litígios de fraudes milionárias como coleta de provas e localização de bens e ativos financeiros protegidos mediante disfarce, camuflagem e desinformação, técnicas de Contrainteligência (ou contraespionagem) usadas por fraudadores milionários e grandes devedores e definidas por lei como crime de “lavagem” e ocultação de bens, direitos e valores.

Técnicas de espionagem não proibidas por lei, OSINT e HUMINT, usadas de forma ética, garante aos diretores jurídicos e advogados de corporações vítimas de fraudes ações judiciais mais eficazes porque providas de Informação estratégica, planejamento e maior resultado econômico em menos tempo


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Não confie apenas na busca de bens do devedor em cartórios. Com o Manual de Inteligência - Busca de Ativos & Investigações você mesmo poderá realizar sua pesquisa de bens, de busca de bens do devedor. Esse material rico não tem precedente na história. Ele é parte do briefing de busca de bens da Montax Inteligência e revela um pouco do que somos capazes de fazer.

Você acha que BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud funcionam em casos de fraudes?







Os sistemas informatizados da Justiça Pública incontestavelmente colaboram com a recuperação de ativos. Eles representaram um avanço nas ações de cobrança de dívidas comuns.

Entretanto, será que os sistemas BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud são eficazes para a efetiva recuperação de ativos em casos de fraudes, nos casos em que os devedores não são pessoas comuns, mas, fraudadores contumazes e habilidosos em “lavagem” e ocultação de bens?

A resposta é não!


Se você suspeita que o devedor não é um caloteiro comum, mas, um fraudador profissional, somente um profissional do ramo de Contrainteligência com experiência em localização de pessoas e bens para a recuperação de ativos desviados de fraudes pode solucionar o caso. Vejamos.

BACEN-Jud: Pense como o fraudador: Depois de arquitetar uma fraude e obter sucesso, você depositaria o dinheiro roubado em contas bancárias no País da fraude ou em seu próprio nome/CPF? Dificilmente.

INFO-Jud: Sonegação fiscal é muito comum no Brasil. Foram R$ 300 bilhões de ativos sonegados somente no ano passado. Você acha mesmo que o fraudador de mais de R$ 1 milhão vai informar à Receita Federal do Brasil ativos valiosos que ele não tem como declarar a origem? E aquela fazenda ou casa de praia em outro Estado distante do local da fraude e que todos sabem que é do fraudador, será que consta da Declaração de Rendimentos do IRPF? É óbvio que não! Entre pagar a dívida e responder ao processo criminal (se houver), ele escolhe não pagar.

RENA-Jud: Mesmo que o fraudador desfile com Ferraris e Lamborghinis, esses automóveis não devem estar em nome/CPF dele. Se estiver, as chances de localizá-las por um Oficial de Justiça diligente são quase nulas, porque é um “auto” “móvel” que pode ser levado à qualquer local, até mesmo à garagem do vizinho (que Oficiais de Justiça não se dão ao trabalho de investigar).

Não queremos desmotivar o credor nem excluir mecanismos legais que representam um pingo d’água em meio a um oceano de lentidão e burocracia do Poder Judiciário, porém, fraudadores profissionais praticam ações especializadas como

Desinformação: Manipulação de dados e informações de modo deliberado para confundir e despistar credores e adversários, tais como as que se seguem:

Camuflagem: Ação que torna invisível, aos olhos dos credores, ativos do devedor. Na camuflagem, não existe esconderijo porque os dados e informações estão a vista de qualquer um, porém, não são facilmente acessadas porque espalhadas, misturadas ou confundidas à outras informações de ativos sem importância aparente.

Despistamento: Prática de despistar, lançar pistas falsas para que o credor pense que coletou uma pista quando, em realidade, aquele dado ou informação o conduzirá a uma pesquisa com premissa falsa ou equivocada que não o levará a lugar algum senão pura perda de tempo. Modo muito comum de despistamento mediante desinformação é o rumor, a propagação de boatos.

A “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e créditos é apenas o nome legal dessas ações de ocultamento e que são realizadas de muitas maneiras, isoladamente ou combinadas, geralmente como investimentos dos valores desviados com as fraudes em nome/CPF de interpostas pessoas (“laranjas”), familiares ou não, em ativos longe dos locais das fraudes ou protegidos sob máscaras de sociedades empresárias, imóveis com garantias hipotecárias, fundos-de-investimento etc.  

Serviços de Informação, Inteligência & Investigações de fraudes representam soluções alternativas confiáveis de efetiva recuperação de ativos de suporte aos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.


Se o devedor é um fraudador profissional, ele está gastando seu dinheiro enquanto você perde tempo com o acesso aos sistemas BACEN-Jud, INFO-Jud e RENA-Jud...

O RECRUTAMENTO NA SUA EMPRESA É EFICAZ NO COMBATE ÀS FRAUDES CORPORATIVAS? Recursos humanos preventivos (Background checks)






As organizações sofrem muito com fraudes internas que acontecem por meio digital ou físico (Notas fiscais, estoques) e atingem facilmente R$ 1 milhão em cada caso, quando não há roubo de ativos intangíveis como segredos industriais ou entrega de Informação estratégica à concorrência.

Como prevenir em 80% esses danos? Com processos seletivos com ênfase à análise de risco da contratação a partir de investigação acerca do Conceito moral (reputação) dos candidatos.


A principal falha dos processos seletivos é justamente a falta de pesquisa acerca dos antecedentes pessoais e profissionais dos candidatos a vagas de emprego (Background checks). É um pequeno investimento de tempo e dinheiro insignificante diante das estatísticas de fraudes, prejuízos financeiros e danos à imagem corporativa.

As empresas investem milhões em campanhas publicitárias, mas, pouco investem na eficácia de processos seletivos.

Uma única fraude praticada por um único empregado desonesto pode comprometer o trabalho de toda uma equipe e solapar os resultados econômicos de toda uma filial por anos.

No caso do Barings Bank, do Reino Unido, seus administradores teriam evitado a falência se tivessem analisado o perfil de Nick Leeson com ajuda de profissionais de Inteligência, ao invés de se fascinar com os inacreditáveis lucros gerados por um jovem com um passado de desempenho mediano e altíssima rotatividade em outros bancos. Ninguém se torna gênio do dia para a noite... A repentina ascensão do jovem oráculo dos investimentos também deveria acender o sinal de alerta para ativação do monitoramento de suas ações para prevenção das fraudes que causaram a insolvência de um banco de investimentos com 235 anos de existência. O prejuízo foi de mais de R$ 1,2 bilhão. Nick Leeson foi o fraudador, mas, quem permitiu seu acesso ao banco e àquela posição de destaque?

Para a diminuição das fraudes internas não bastam controles eletrônicos e contábeis. É necessário um mecanismo de controle social como Recursos Humanos preventivos (Background checks).

Background checks são soluções de segurança da Informação e de ativos fixos da corporação por meio da simples – e eficaz – investigação acerca dos antecedentes que indicarão tendências comportamentais de cada candidato. É análise aprofundada acerca de seu histórico profissional, especialmente aquelas lacunas e omissões de seu curriculum vitae, bem como das atividades, comportamento e reputação dos empregados fora do ambiente corporativo. Essa pesquisa deve ser realizada 100% com base em fontes abertas de Inteligência (OSINT).

O CEO e membros do Conselho de Administração da corporação devem ter pronto acesso a relatórios atualizados acerca de cada colaborador, principalmente daqueles que têm mais poder ou estão localizados em pontos críticos de ocorrência de fraudes corporativas, quer para explorar o que há de melhor em cada um deles, quer para evitar danos corporativos.


Recursos Humanos devem ser complementados com técnicas de Inteligência para prevenir danos, ao invés de remediá-los.

AS 19 REGRAS DE OURO DO MUNDO DA PREVENÇÃO DE FRAUDES QUE VOCÊ NÃO DEVE IGNORAR





1) Vinte e cinco por cento de todos os adultos mentem, roubam ou trapaceiam praticamente o tempo todo: 25% nunca, nunca fazem algo desonesto e o saldo 50% pode seguir um desses dois caminhos.

2) A essência de uma fraude bem-sucedida reside no fato de pessoas honestas não suspeitarem e, caso suspeitem, nada façam a respeito.

3) As pessoas roubam porque veem uma oportunidade e acreditam que podem se livrar da situação. Essas pessoas são impedidas por bons controles, pelo medo de serem descobertas e pela punição.

4) As pessoas que são flagradas fraudando quase sempre pegam alguma doença terminal que é miraculosamente curada um dia após a acusação ter sido retirada. Quanto mais séria a suposta doença, mais rápida é a recuperação. Se os médicos pudessem descobrir quais alterações metabólicas ocorrem entre a descoberta e a absolvição, todas as doenças seriam curadas.

5) Aprofundar o mesmo poço, não significa melhorá-lo (Edward de Bono). Se pensarmos nos muitos escritórios contábeis de liderança que já foram processados devido a falhas para detectar uma fraude, surge uma pergunta: por que, repentinamente, suas equipes contábeis forenses afirmam ser especialistas em detecção e prevenção de fraudes ?


6) Se você acreditar realmente em algo e repeti-lo sempre que for necessário, isso acontecerá. Enfatize a importância da ética nos negócios, da honestidade e do controle em sua organização e a mensagem será transmitida.

7) Como Nick Nelson -  o trader responsável pela falência do Barings Bank – sentiu na pele: jamais negocie sua saída de qualquer situação. Por isso, informe sempre os erros de forma honesta e aceite as consequências. Consequência imediata: se você realmente negociar sua saída de uma catástrofe, ninguém mais saberá. Essa é a última cartada.

8) Nunca, nada de útil foi realizado por um comitê. Quem já conheceu um membro de um comitê de auditoria que tenha se demitido com base em fundamentos éticos?

9) Autorregulação é como deixar o Conde Drácula responsável por um banco de sangue: isso nunca dará certo.

10) Toda fraude pode ser prevenida por pessoas que fazem as perguntas certas na hora certa.

11) Nunca tenha medo de fazer uma pergunta que faça você parecer bobo: caso tenha dúvida, pergunte e pergunte novamente. Caso ainda não consiga entender, peça uma resposta por escrito e faça com que seus filhos a expliquem quando você chegar em casa.

12) Se alguém disser estar ofendido por uma pergunta feita por você, pergunte novamente e faça pressão em busca de uma resposta.

13) Nunca ria de um infortúnio de uma pessoa, você pode ser o próximo.

14) Nunca concorde ou autorize algo que você não entenda.

15) Sempre associe a autoridade com a responsabilidade: responsabilize as pessoas pelos controles e proporcione a elas os recursos necessários. Não deixe que elas passem o chapéu. Se você for considerado responsável (após o evento) na eventualidade de algo não ocorrer bem, mas sobre o que você não tinha autoridade (antes do evento), ENTRE EM PÂNICO. Você está sentado em uma bomba relógio.

16) Nunca acredite em seu próprio Relações Públicas ou presuma que pode gerenciar algo que extrapole o âmago da sua competência. Nesse sentido, nunca acredite ser capaz de administrar qualquer coisa. O melhor que muitos gestores conseguem fazer é liderar. É sempre fácil ser um bom gestor quando tudo vai bem ou quando você não se preocupa com o andamento dos negócios. É muito mais difícil quando aqueles acima ou abaixo de você são desonestos, grosseiros, patetas, felizes, não fazem aquilo que é necessário ou têm pautas secretas.

17) Fique sempre alerta ao fato de que as pessoas podem não lhe dizer toda a verdade e que algumas podem ser mais espertas que você. Ambos os casos são difíceis de controlar.

18) Se fizer negócios arriscados, não se surpreenda se estiver sendo explorado.

19) Administre os negócios como se você fosse o proprietário e com o pensamento de que é o seu dinheiro que está em jogo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

"A César o Que é de César", Contraespionagem e Economia Política





Segundo Lucas, ao ser indagado por Agentes provocadores (espiões) acerca de sua lealdade tributária ao Estado Romano, Jesus Cristo teria evitado a incriminação ao responder: "De quem é o rosto estampado neste moeda? Não é o de César? Dai, então, a Cesar, o que é de César e, a Deus, o que é de Deus".

Mais que separar a religião do Estado, o comentário é excelente lição de Contrainteligência e Economia Política. Explico.

Agentes provocadores são espiões infiltrados em uma organização ou evento com a intenção de sabotar seu planos com comentários falsos, alarmistas ou denuncistas. A ideia é provocar reações do ator político ou econômico (pessoa ou organização) que justifiquem ações de repressão. Exemplo: Omitir a segurança pública em eventos de organizações culturais para provocar ou facilitar a violência para, depois, justificar a proibição do evento ou extinção da organização ou “infiltrando o agente no sistema operativo da organização adversa ou oponente. Neste caso, a infiltração visa, basicamente, neutralizá-la” (Portaria Reservada nº 22, de 24.04.2009 - Estado-Maior do Exército - Aprova o Manual de Campanha C 30-03 - Contrainteligência. Pub BRE 06/2009).

Fariseus e herodianos infiltrados nas palestras do revolucionário rabino não conseguiam prejudicá-lo com ações de Contrainteligência porque ele estava preparado, precavido.

E a lição de Economia Política, onde está?

Dinheiro ou papel-moeda nada mais são que Notas promissórias, promessas de pagamento do Estado. Por isso lá trazem as assinaturas do Ministro da Fazenda, Presidente do Banco Central etc. Ao emitir e entregar papel-moeda, o Estado promete que bens e serviços de preço equivalente sejam entregues em troca.

Para realizar obras, prestar serviços públicos e pagar servidores e colaboradores da organização "Estado", a administração pública recolhe tributos diversos e emite papel-moeda em um equilíbrio precário para evitar sua desvalorização.

Ao realizar gastos maiores que a arrecadação de impostos, ou mesmo emitir papel-moeda demais para fazer frente a esses gastos, a oferta de dinheiro aumenta e ele desvaloriza, perde seu poder-de-compra.

Cobrar mais ou menos impostos e gastar mais ou menos com supérfluos são políticas de Estado que podem se revelar eficazes ou inúteis ou mesmo destruidoras a longo prazo.

Esses são aspectos e circunstâncias econômicas da desvalorização da moeda, símbolo econômico máximo de uma organização estatal.

Porém, do mesmo modo que religião difere mas interfere no Estado, a política também influencia a economia e (in) decisões ou más-escolhas dos administradores públicos acabam por prejudicar sua reputação, quer em nível econômico quer em nível político/administrativo, fazendo com que o mercado e os contribuintes percam a confiança no Estado. A promessa passa a perder o sentido...

Portanto, além das razões econômicas como a falta de equilíbrio fiscal e a desorganização, a falta de confiança na sua administração e promessas não cumpridas também pode causar a falência de um Estado, a começar por um de seus símbolos “sagrados”, o dinheiro.

A desvalorização do Real frente ao dólar, a moeda dos negócios internacionais, é reflexo da incapacidade técnica ou improbidade dos administradores públicos nacionais, com consequências graves para o Estado e seus cidadãos. Empresas, profissionais liberais e servidores de alto-escalão aparentemente blindados pela alta dos preços também estão sob ameaça de paralisação das atividades econômicas ou mesmo a falência de suas organizações devido ao aumento exponencial dos tributos e da violência urbana decorrente da pobreza e desigualdade social.

Sem confiança no Estado, o aumento dos impostos e a perda do poder-de-compra da moeda, os contribuintes pessoa física e jurídica podem se insurgir com ações de “desobediência civil” (Hobbes, Rousseau etc.) como

1) Não recolhimento de impostos por omissão de receita (sonegação) ou simples inadimplemento;

2) Substituição do papel-moeda nacional por dólar (US$) ou outra moeda como o Bitcoin (฿); ou ainda;

3) simplesmente deixando de usar dinheiro mediante escambo ou troca de serviços (que também não gera receita com impostos).

O Império Romano não sucumbiu a ideia “Cristianismo” porque soube usá-la em proveito próprio.

O Estado brasileiro precisa merecer a confiança do Povo, diminuir a carga tributária, gastar menos com privilégios e mais com com educação, saúde e saneamento básico. O efeito psicológico geral que a confiança e a boa-reputação causará nos cidadãos, seguidores do Estado, tem efeito econômico e político incomensuráveis.